domingo, 3 de outubro de 2021

Curso de Bibliologia - Parte 4 - III Unidade - Texto



TERCEIRA UNIDADE

 

I – TEXTO  E CRÍTICA

 

1 – O Texto

 

Este vocábulo provém do latim “TEXTO” e significa literalmente “TECIDO” – Ele entrou na linguagem literária com seguinte sentido: São todas as palavras de um livro ou documento, bem como citações de parágrafo. 

A idéia é que o assunto abordado pelo autor, está entrelaçado( tecido), do princípio ao fim , e todas as partes devem ser vistas como dependentes formando um todo. Está idéia é perfeitamente válida para a Escritura.

A bíblia já teve um texto original, entretanto, até onde se sabe, não mais existe, por isso, quando alguém hoje diz: “ No original está assim.”, não está sendo muito correto. Na verdade, o que temos são cópias de texto no original.

A cópia manuscrita que existe agora, varia muito, contendo várias notas explicativas, produto do número interminável de cópias que foram feitas do mesmo texto original.

É trabalho de CRÍTICA TEXTUAL reconstruir um texto satisfatório, que mais se aproxime da idéia do original.

A Crítica Textual pois, busca determinar o sentido exato e correto das Escrituras como existiu no documento verdadeiro, eliminando erros, interpolações e variações, que foram introduzidos durante o longo processo de cópias do manuscrito original.

A Crítica Textual é chamada também de BAIXA

O vocábulo provém do grego – “KRINO” e significa “JULGAR”. É o processo de julgar,  provar, testar uma obra, seja ela religiosa, filosófica ou histórica. O resultado é : ESTABELECIMENTO, MODIFICAÇÃO ou REJEIÇÃO.

A Crítica Bíblica pois é, a ciência que busca através de uma inquirição criteriosa e detalhada, assegurar as palavras e o sentido exato do manuscrito original, por meio de evidências externas, históricas e tradicionais.

A Crítica Bíblica tem dois ramos:

 

A – HISTÓRICA

Busca determinar a data, autora, composição, fontes, caráter, valor histórico, canocidade, genuinidade, autencidade, etc.

É também chamada de Alta Crítica.

 

B – TEXTUAL 

Estas duas críticas, em si mesmas são legítimas e boas, todavia, atualmente, as duas se fundiram numa só, ficando conhecida apenas como ALTO CRITICISMO, em tem se ocupado de um demoníaco criticismo destrutivo.

Isto tem sido feito pela influência de um grupo de modernos teólogos liberais, que ao poucos vão negando tudo aquilo que é básico na palavra de Deus. Chamamos esta crítica de destrutiva porque sua função é apenas descobrir erros na Escritura e nada mais. Enquanto a outra (construtiva), examina o mesmo texto de um certo padrão ou critério e com vistas a preservá-lo de erros.

 

1.1 INSPIRAÇÃO

 

1 - Etmologia

 

Inspiração provém de dois vocábulos latinos – “IN”  “SPIROS”  -  e significa literalmente: “SOPRAR EM” ou “SOPRAR DENTRO”.

Com este sentido ela aparece duas vezes na Escritura: Jó 32:08 e IITm 3:16. no contexto de Jó ele tem mais sentido de “SOPRO”, e a idéia é que este sopro capacita o espírito do homem a raciocinar. E em IITm 3:16, ele está exatamente em sua idéia teológica plena, quanto a produção da bíblia. É exatamente com a idéia de II Tm 3:16, que ele será analisado a seguir.

Em hebraico, esta mesma palavra é “NISHAMAH”- e ocorre 25 vezes no VT, sendo traduzido por vários termos em português, tais como: “SOPRO”, “SOPRO DE DEUS”, “INSPIRAÇÃO”, etc.

Na língua grega, seu equivalente é “THEOPNEUSTOS” – traduzido em português: DIVINAMENTE INSPIRADA..

Ela se compõe de dois vocábulos “THEOS” e “PNEUSTOS” – que significa pela ordem DEUS e SOPRADO.

É desta raiz que vem a palavra  “PNEUMA” – Espírito.

THEUPNEUSTOS  pois significa Soprado por Deus ou mais claramente, DADO POR DEUS ATRAVÉS DO ESPÍRITO.

A palavra PNEU  ocorre sete vezes no VT, dependendo do contexto pode também significar : VENTO DO ESPÍRITO , etc. Jo 3:08, Mt 7:25,27; Jo 6:18 e Lc 12:55; At. 27:40; Ap 7:01.

Concluimos esta parte dizendo que: A palavra THEOPNEUSTOS implica em uma influência da qual advém poderes sobrenaturais para produzir alguma coisa, e essa coisa, nada mais é que a palavra de Deus.

Quando Deus soprou “EM” (escritor sacro), a palavra escrita resultante se tornou viva, ESPÍRITO e VIDA , Jo 6:63 e Hb 4:12.

 

2 – Aplicada à Bíblia

 

Quanto a INSPIRAÇÃO é aplicada a Escritura, entendemos que foi o SOPRO DE DEUS NO HOMEM, qualificando-o a receber a verdade divina. Ou ainda, UNÇÃO DE DEUS QUE CAPACITOU O HOMEM PARA PRODUZIR A BÍBLIA. Inspiração pois e Deus falando pelo Espírito Santo através do homem, ao homem. É justamente por causa desse processo, que podemos afirmar a INFABILIDADE da bíblia. Ela própria dá testemunho que isso é verdadeiro: II Sm 23:02; II Tm 3:16; II Pe 1:21.

 

3 – Diferença entre: Revelação, Inspiração e Iluminação

 

REVELAÇÃO:  São todos os desígnos de Deus comunicados ao homem- Dt 29:29.

INSPIRAÇÃO: Método sobrenatural usado por Deus para comunicar esses desígnos ao homem – II Tm 3:16.

ILUMINAÇÃO: Operação do Espírito que consiste em CLAREAR á mente humana a verdade revelada – Hb 6:04 – 10:32.

A revelação é de Deus e já foi em sua plenitude dada ao homem. Não há nem será dada outra revelação, quanto ao propósito de Deus para o homem.A inspiração aplica à bíblia, tangiu tão somente os escritores da palavra. Por outro lado, a iluminação é uma dádiva concedida a todos os cristãos indistintamente.

 

4 – “Outras palavras” na Bíblia

 

Depois de exposto acima, nós afirmamos que a Bíblia É A PALAVRA DE DEUS . Todavia , a Teologia moderna opina que Ela CONTÉM A PALAVRA DE DEUS, pelo fato de encontrar-se ali, declarações de origem não divina, isto é, a palavra de Nabucodonosor, Senaqueribe, Pilatos e do próprio satanás. Este sofisma do diabo desaparece quando analisamos o assunto prisma: Uma declaração, é uma palavra dita por alguém. Independentemente da inspiração. Até si está absolutamente certo. Todavia quando o escritor sacro é levado a registrar essa declaração, automaticamente envolve a sua inspiração. Não no sentido de que a bíblia a aprova, mas no sentido de que ela a apresenta tendo em vista a nossa instrução, Rm 15:04. Nesse sentido, toda  Escritura é divinamente inspirada.

Que Deus nos dê sempre abundante graça para crermos em toda a Escritura.

 

5 – Fatos Inerentes à Inspiração

 

É óbvio que a bíblia não é um volume que se preocupa com a ciência. Ela não foi escrita com esse propósito.

Desde que teve seu Cânon completado. Ela é apresentada como infalível livro de Deus. Dono exclusivo da verdade.

Mesmo monopolizada pela igreja  católica,conservou esse conceito,de modo que por um período muito longo,a verdadeira ciência foi mantida afastado dos caminhos do homens,por que a igreja argumentava que o homem não precisa saber álem do que dizia a escritura.Seu objetivo não era honrar a palavra de Deus,mas preservar os homens na INGNORÂCIA e usa-los para seus fins mundanos e diabólicos.

FOI assim que homens de ciência tais como:Nicolau Copérnico e Galileu Galilei,se viram obrigado pela igreja Romana a negar leis científicas verdadeiras em nome da religião.Surgindo assim, desde então,um aparente choque entre a bíblia e a ciência,que perdura até hoje.

Queremos dizer entretanto,que a verdadeira ciência não contradiz a bíblia,pelo contrário,comprova sua (verdade)veracidade.

Embora não seja um livro científico,por ser inspirada,a bíblia nos da notáveis lampejos científicos,muito antes que eles fossem observados e estabelecidos.Eis alguns exemplos:

 

A-   ORIGEM DE CRIAÇAO DAS COISAS

Céu,água,terra,vegetação,irracionais e o homem.Esta ordem científica está rigorosamente paralela com a narração em Gênesis.

 

 

B-   UMA LUZ INDEPENDENTE DA DO SOL

 

Deus disse: “Haja Luz”,no primeiro dia. Todavia, o sol só aparece no 4° dia.                                                                       

Logo temos dois tipos de luz no universo. Moderna aparelhagem ciéntifica realmente constatou que existe essa primeira luz. (luz cósmica).

 

C – A REDONDEZA DA TERRA.

 

Por muito tempo discutiam  a forma da Terra . Uma rápida olhada em Is. 40:22, que foi escrito cerca de 700 anos A/C, já dava a resposta ao curioso homem. Hoje, ninguém mais duvida que a terra é redonda.

 

D – A IMPONDERABILIDADE DA TERRA

 

O livro de Jó, um dos mais antigos da bíblia , declara: “Ele suspende a Terra sobre o nada.” Jó 26:07.  Como o homem demorou em descobrir isso!

 

F – PESO DO VENTO.

 

Só há pouco mais de 300 anos é que o físico italiano Evangelista Torriceli, provou issso em praça pública. Jó, nos primórdios do mundo já dizia: “ Quando Ele deu peso ao vento...” Jó 28:25.

 

G – VOLUME CONSTANTE DE ÁGUA (Toque no link para continuar lendo)

 

O mesmo verso que diz “Quando deu peso ao vento”, diz também “e tomou a medida das águas”. O mecanismo da evaporação ficou desconhecido do homem por muito tempo, pensando ele que a cada temporal o volume de água aumentava na Terra. Todavia, em Gn 1:17, já encontramos esta declaração: “As águas acima da expanção...” Hoje sabemos que milhões de toneladas sobem diariamente pela evaporação.

 

H – INCONTÁVEL O NÚMERO DE ESTRELAS

 

Híparco deu como sendo 1022. Ptolomeu 1026. Outros astrônomos esgotaram seus catálogos no afã de anotar o número exato das estrelas. Hoje a moderna astronomia concorda que essa tarefa é humanamente difícil de ser realizada.

Em Gn 15:05, Deus já desafiava Abraão para tentar essa impossível  proeza, deixando o velho patriarca com a mão na boca. Só Deus sabe na realidade o número exato delas. (Sl 147:04).

 

I – A FORMA DE NOSSA GALÁXIA

Os melhores equipamentos da astronomia moderna demonstram que a nossa “VIA LÁCTEA” tem formato ESPIRAL e está em expansão. É isto que vemos na linguagem simbólica de Jó 26:13 “Pelo seu Espírito ornou os céus, e as suas mãos formou SERPENTE ENROSCADA.”

 

J –  ATERRA NÃO É O CENTRO

 

Dentro do mesmo contexto, no último verso do capítulo 26, encontramos esta afirmação: “ Eis que isto são apenas AS ORLAS DOS SEUS CAMINHOS e quão pouco é o que temos ouvido d’Ele!”

Ora o texto fala da Terra (v. 7), das estrelas (v.13) e das Via Láctea(v. 13). E depois conclui dizendo que “ isto são apenas as ORLAS  dos seus caminhos.” Está implícito então que existem coisas criadas bem maiores.

 

III – TEORIAS DA INSPIRAÇÃO

 

Existem pelo menos 7 teorias falsas sobre a inspiração, que passamos a anotar em seguida:


1 – Inspiração Genial

Afirma que os escritores da bíblia eram realmente inspirados, mas no sentido em que os gênios da humanidade o foram também. Assim sendo, Davi e Shakespeare estão em um mesmo plano quanto a inspiração, e por dedução concluímos que todos os intelectuais são profetas.

OBJEÇÕES:

a-    Elimina o sobrenatural da bíblia.

b-    Haveria possibilidade de erro no texto.

c-    Nega os milagre e profetas.

d-    Rejeita as afirmações da bíblia sobre o assunto.

OBS.:  A expressão: “ASSIM DIZ O SENHOR” e similares aparecem na Escritura cerca de 3.800 vezes).

 

1-    Graus de Inspiração

 

Afirma que há porções na bíblia que são mais inspiradas do que outras nesta orde.

O que foi realmente revelado (distinguem de fatos conhecidos que consideram não inspirados)

As doutrinas ( foram inspiradas , mas não no grau anterior).

E partes que não possuem inspiração alguma ( fatos desconhecidos tais como: usos, costumes e narrações históricas.)

OBJEÇÕES:

a-    Quem pode decidir que partes da bíblia não são inspiradas?

b-    Se é assim, Ela contém a palavra de Deus.

c-    Choque com a própria bíblia. ( II Tm 3:16)

 

3 – Iluminação Cristã Universal

 

Ensina que os escritores da bíblia eram inspirados no mesmo sentido que cada cristão é também.

OBJEÇÕES:

a-    Nenhum crente escreveu outra bíblia até hoje.

b-    Confunde iluminação com inspiração.

c-    Há visível diferença entre os escritores dos Pais da Igreja e a Bíblia. Isto é , não se atrevem a dizer que Deus os inspirou.

 

4 – CONCEITOS OU PENSAMENTOS INSPIRADOS

Ensina que Deus , durante um certo período de tempo, tomou a mente de homens dando-lhes certos princípios. Mais tarde esses homens reproduziam esses pensamentos com suas próprias palavras na confecção da bíblia.

Isto significa que quando eles registraram pensamentos, não estavam sob inspiração.

OBJEÇÕES:

a-          Confia a verdade infalível de Deus, à vontade do homem, para ele usa-la como bem entender.

b-          Admite-se a presença de erros.

c-          A bíblia não diz que foi assim.

 

5 – INSPIRAÇÃO PARCIAL

 

Se parece muito com a Gradual e, ensina que uma parte da bíblia é inspirada a outra não. Nesse caso  também  “contém a palavra de Deus.”

Seus defensores diferem muito sobre o que é e o que não é inspirado.

OBJEÇÕES:

a-    Nega II Tm 3:16.

b-    Coloca o homem numa incerteza. (O que é e o que não é ?)

c-    A parte dita inspirada é incompleta para dar ao homem toda luz da parte de Deus que ele precisa.

 

6 – INSPIRAÇÃO OCASIONAL

 

Ensina que os escritores da bíblia foram ocasionalmente inspirados. Istoé, às vezes sob inspiração e às vezes não.

OBJEÇÕES:

a-    Contraria II Tm  3:16.

b-    Fora da “ocasião”, escreveu coisas de si mesmo.

c-    Como descobrir o exato momento em que ele sai de um estado e entra no outro, no ato da escrita?

 

7 – DITADO VERBAL

 

É simples e extremo. Ensina que a bíblia foi  ditada pó Deus, palavra por palavra. É chamada também de : “Inspiração Mecânica.”

OBJEÇÕES:

a-    Faz do escritor uma máquina.

b-    Não leva em conta o estilo visível de cada um.

c-    É um método muito nobre.

 

IV – A VERDADEIRA DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO

 

A inspiração em sua perfeita e genuína compreensão teológica, inclui duas frases:

1-    Inspiração Plena

 

Isto aplicado á bíblia significa “completa”, “inteira”, estendendo-se a todas as partes. A base é II Tm 3:16.

2-    Inspiração Verbal

 

Não é ditado verbal. É ação do Espírito, dirigindo homens a escolher  empregar  suas próprias palavras no texto. Deus superintendeu, dirigiu as idéias, contudo o estilo  continua sendo os escritores.

A palavra de Deus é , portanto, inspirada PLENA  e VERBALMENTE. Toda e cada parte da bíblia é inspirada igualmente. Também naão ditado verbal, embora possa conte-lo.( Jr 30:02).

 

V – CRITÉRIOS DA INSPIRAÇÃO

 

É o meio pelo qual se distingue os livros inspirados dos que não são. Em outras palavras – é meio pelo qual se conhece com certeza se:

1 – Existem livros inspirados? ( em caso afirmativo...).

2 – Quais são eles e como se distinguem dos demais?

No primeiro caso trata-se de critérios de inspiração, e no segundo critérios de canocidade.

Os requisitos de critério de inspiração são os seguintes:

A – INFABILIDADE

Na bíblia estão verdades reveladas que devemos crer com fé absoluta, logo, um escrito só pode ser aceito como inspirado, se passar na prova da infabilidade. Existindo nele algum sentido dúbio, contradições, ou fatos históricos irreais, sua fabilidade é evidente e se exclui por si próprio.

B – HARMONIA COM O TODO

Aqui está outro detalhe espetacular do escrito inspirado. Ele obrigatoriamente concorda e harmoniza-se com os demais também inspirados.

C – O TESTEMUNHO DO ESPÍRITO

Este último é o critério final e mais importante. O Senhor diz que zela pela sua palavra. Ora, Ele não deixaria que escritos expúrios se introduzissem n’Ele. É o Espírito Santo o grande guardião que impede tal acontecimento.

CAETANO e LUIGI, teólogos, católicos, propõem como critérios apenas as tradições católica, afirmando que ela pode ser autoridade máxima na questão. Ora, se aceitamos isso, obviamente temos que crer em todos os apócritos católicos.

Eles ainda afirmam: “ O fato da inspiração ser de ordem sobrenatural subentende-se que ela não pode ser conhecida se não por uma revelação de Deus. Sendo que as fontes da revelação são duas: Escritura e Tradição, e que a Escritura por si é insuficiente para provar qualquer inspiração, resta portanto a Tradição para nos dar certeza se um escrito é inspirado ou não.”

Salientamos que a própria bíblia não pode ser autoridade sobre esse assunto, segue-se que mais nada o pode.   

Como conclusões finais sobre o assunto, cremos que o maior critério para determinar qualquer inspiração é sem dúvida a iluminação internado Espírito Santo. Podemos partir do princípio da declaração de Pedro, quando Jesus lhe disse: “Não foi carne nem sangue que te revelou, mas meu pai que está no céu.”(Mt 16:17).

Por uma revelação especial de Deus, o homem chega ao conhecimento de Jesus e conseqüentemente por uma revelação igual   , perceba a inspiração e autoridade da palavra. Notem a expressão: “ Quem é de Deus, ouve a palavra de Deus.” (Jo 8:47). É necessário conhecer o bom pastor  para  ouvir sua palavra. O reconhecimento de que a palavra de Deus é de fato d’Ele, vem somente pelo testemunho do Espírito, que nos revela seus segredos, ( I Cor. 2:10) e pode perfeitamente reconhecer a inspiração de Deus na Escritura.

 

V – INSPIRAÇÃO EM GERAL

 

Os textos gerais mais fortes sobre a inspiração total da bíblia são estes:

1 – Hb 1:01-02; 2:03-04.

O texto declara enfaticamente que Deus falou:

A-          “No passado pelos profetas” (Ver Lc 1:70; Dn 1:02 e 16:26). Podemos estar certos de que todo o VT está incluído na palavra “Profetas” do texto em foco.

B-          “ Nestes últimos dias” – isto é nos dias do Messias. O texto declara que Deus estava falando no NT.

C-          “Através de seu Filho” – a conclusão do verso é tão calara, que não pode haver dúvida : A voz de Jesus era a voz de Deus.

D-          “A mensagem foi crida , confirmada e anunciada por aqueles que a ouviram.” – Ora, o que Pedro , João e Paulo anunciavam ,nada mais era que a Palavra de Deus. E isso fica mais evidenciado nas cartas que eles, pelo espírito, foram levados a escrever.

 

Como podemos notar, estas declarações dão ao VT, como ao NT caráter de inspiração divina.

As cartas de Paulo são colocadas sem nenhuma cerimônia ao mesmo nível com o VT, e são chamadas de Escrituras.- II Pe 3:2-16.

Suas palavras foram ditadas para serem recebidas como palavra de Deus ( I Cor 2:13); ( I Ts 2:13).

Por outro lado, Paulo cita Lucas e Deuteronômio e os chama de “ESCRITURAS”(I Tm 5:18)

3-    11 Tm.3:16,17

 

Este verso aparece no final de uma admoestação a respeito dos prigos dos últimos dias.A passagem se refere primeiramente ao VT,todavia,por raciocínio lógico(O fato do NT também ser chamado de “Escritura”)veio a ser reconhecido como abrangendo toda Bíblia.

Ela contém um objetivo,duas declarações e um propósito.

A-   objeto: “Toda a Escritura”.

B-   Declarações:

-         “Dada por inspiração de Deus’’

-         “ É útil.”

C-   O propósito: “ Para que o homem de Deus seja perfeito(equipado)para toda boa obra.

 

A expressão “toda” é muito significante quando a vemos em conecção tanto com o VT,como em relação ao NT.

3-11 Pe.1-19-21

Enfatiza  ainda amplia o sentido geral de 2Tm.3:16.

Os termos: “palavra profética”, “profecia da Escritura” e “profecia” sem dúvida,equivalem a “Escritura” usada por Paulo,não devendo ser limitadas a qualquer parte da Bíblia.

Fato marcante,é que o ensino ministrado no contexto está visivelmente ligado ao NT,isto é,ministério de Cristo,vida cristã,volta de Cristo,etc.

Vemos claramente depois disso,que a Bíblia não se originou por vontade do homem,mas que Deus inspirou homens para produzi-la.

4-    Jo.10 36-36

 

Não queremos com estes versos mostrar o argumento da divindade de Jesus mas o fato d’Ele apelar claramente para a Lei como sendo Escritura.

Ela cita o Sl.82.6,que reconhecidamente não está na secção da Lei.

A conclusão lógica ai é que a palavra “Lei”se aplicou o VT,assim como a palavra “profecia”.

É bom notar também,que a palavra “Lei”e “Escritura”,estão aplicadas ai em um mesmo sentido.

5-    1 Pe.1:10-12

 

Estes versos declaram enfaticamente que:

A-   O tema do VT é a salvação.

B-   A profecia  foi uma predição sobre Cristo,seu sofrimento,ministério,morte e glorificação.

C-   A salvação se basearia no sofrimento de Cristo.

D-   O Espírito Santo(Chamado aqui de “O Espírito de Cristo”).

E-   O Espírito Santo(Chama aqui de “O Espírito de Cristo”e habitou nos profetas do VT.

F-   Aqueles,conduzidos por Estes,escreveram episódios previamente.

G-   Não entendia o real significado de seus escritos.

H-   Sabiam entretanto que escreviam para nós.

I-      Os próprios anjos queriam saber o desenrolar da história.

6-    11 Sm.23:1-2

 

Temo aqui,sem comentários,uma declaração da inspiração:com o testamento do próprio autor.

Como abono a tudo aquilo que já falamos sobre inspiração geral,é bom anotarmos aqui com a expressão: “Assim diz o Senhor,”e paralelas,ocorrem na Bíblia cerca de 3.800 vezes.

Só um louco ousaria tentar que a sua origem não é divina.E isso,nós sabemos que te

m  acontecido em larga escala.

 

VI- INSPIRAÇÃO DO VT

É óbvio que depois de vermos INSPIRAÇÃO GERAL,poderíamos dar o assunto por encerrado.Todavia,algumas armas a mais,nunca fizeram mal a qualquer homem guerreiro.

A inspiração do VT pode ser provada de várias maneiras.Daremos apenas os argumentos principais para não alongarmos a matéria.

 

1-    TEXTOS GERAIS SOBRE A MATÉRIA

 

SÃO aqueles que já estudamos.Começando de 2Sam 23:1-2 e terminando em Heb. 1.1-.

 

2-    O USO DA PALAVRA “ESCRITURAS” NO VT.

 

O termo grego, “graphay”,ocorre 48 vezes(51 com paralelas)no NT.

 

3-AS PALAVRAS, “ESTÁ ESCRITO”, NO NT.

 

Provém do verbo, “grapho”,que é a raiz da palavra “ESCRITURA”.Também refere-se ao VT e ocorre 73 vezes (82 com paralelas).

.

4 - OUTRAS CITAÇÕES DO NT

 

Um exemplo desse tipo de citações é: “Para que se cumprisse o que estava escrito...”-(Mt.1:2-22).Juntando as citações designadas.Quando se referem diretamente ao VT,e as não designadas e paralelas temos um total de 198 citações dessa natureza no NT.

Queremos salientar aqui ,que é o cômputo de todas as referências indistintas do VT no NT,estão em torno de 1.000 vezes.

 

5- HARMONIA ENTRE A PROFECIA E O ACONTECIMENTO

 

Uma profecia bíblica, obrigatoriamente, deve se cumprir nos mínimos detalhes tudo aquilo que ocorreu no NT,nada mais era do que o cumprimento das profecias do VT,(ver Lc.24:27,44,45).

 

6 – FÉ E TESTEMUNHO DA TRADIÇÃO JUDÁICA

 

Quando Jesus dizia: “ Que está escrito em vossa lei, como lês?” (Lc 10:26). Ele está chamando a atenção dos judeus para o documento mais respeitado de toda a nação judaica.

 

7 –  FÉ E TESTEMUNHO DA IGREJA CRISTÃ

 

O famosa sermão do diácono Estevão (At. 7:2-53), é um exemplo vivo de como a Igreja Primitiva  tinha o VT em incontestável inspiração divina.

 

8     - FÉ E TESTEMUNHO DOS ESCRITORES DO NT.

 

Rothe diz: “ Os escritores do NT, observam as palavras do VT como mediatas palavras de Deus e as aceita como tais.”

A – OS EVANGELHOS

A ênfase aqui está colocada sobre as palavras  dos próprios escritores, independentes das citações feita por Jesus.

MATEUS: usou a palavra “Escritura” uma vez – (26:56)

MARCOS:  usou a palavra “Escritura” uma vez – ( 1:02-03)

LUCAS: usou a palavra “Escritura”  3 vezes – 24:27-32-45. “Está escrito”, usou 4 vezes- 2:23,24; 3:04-06; 4:17.

B – ATOS

Encontramos nesse livro mais de 40 citações diretas e 16 são referências gerais.

C – EPÍSTOLAS  PAULINAS

ROMANOS: é uma carta baseada quase que totalmente no VT. A palavra “Escritura” aparece 7 vezes. “Está escrito” , 16 vezes.

Salientamos aqui que a palavra “Escritura” aparece em todas as demais cartas de Paulo. Por se tratar do mesmo autor, torna-se desnecessário as citações.

D – HEBREUS

É um dos livros onde mais encontramos provas de inspiração do VT. Entre alusões gerais e citações diretas , temos um total de 88 vezes. Ele afirma de modo claro e direto que Deus falou no VT Hb 1:01). No capítulo 11, encontramos detalhes da vida de vários personagens  do VT e como Deus dirigia esses homens.

E – APOCALIPSE

Não há citações diretas, entretanto aparecem mais de 400 alusões e pensamentos, eventos e pessoas.

 

9     – O TESTEMUNHO DO ESPÍRITO SANTO

 

Fora de qualquer suspeita, o Espírito Santo tem colocado no coração de cada fiel a certeza inabalável de que o VT foi dado por inspiração de Deus.

 

10- O TESEMUNHO DE JESUS CRISTO

 

Só um louco colocaria em dúvida a encarnação do verbo. Sua filiação divina, Seus milagre; Seu ministério; Sua missão. Seu poder e sua sabedoria foram reconhecidos pelos seus próprios inimigos. Ninguém jamais falou como aqueles homens. João começa seu ministério afirmando categoricamente que Ele era Deus. Ele mesmo confiram isso: “ Eu e o Pai somos um.” . ele era o cumprimento final e completo da grande promessa feita por Moisés. Sobre Ele estava o Espírito da Sabedoria e Entendimento, que era na verdade o Espírito do Pai.Neles estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e conhecimento. Ele é a testemunha fiel e verdadeira, é o princípio e o fim, é a origem da verdade e de todas as coisas.

Esse soberbo  personagem conhecia a bíblia (VT). Amava-a , cria nela, vivia por ela , pregava-a,baseava nela os seus ensinos e a chamava de : VERDADE, VERDADE DE DEUS e PALAVRA DE DEUS. – (Lc 4:4-12, 4:16-21, Jo 17:17). Seu silêncio foi total quanto a erros ou contradições, falta de acuracidade, mito, lenda ou qualquer outra coisa semelhante no VT. Isso evidentemente porque tais coisas não existiam ali, pois se existissem e Ele as ignorasse, não seria oniciente, nem Filho de Deus, muito menos Salvador, mas sim um pecador como outro qualquer, um impostor. Por outro lado se Ele sabia que o VT era uma farsa e silenciou, não passou de um enganador do povo, mentiroso, desonesto e trapaceiro, jamais um Salvador da  parte de Deus.

Ele nunca criticou o VT, o tratava como a revelação de Deus. Deu-lhe o sentido mais profundo (Mt 5:21-48), mas nunca rejeitou nenhuma parte dele.  Ele foi o cumpridor, não o destruidor do VT. Para Ele o VT deveria ser cumprido nos mínimos detalhes (Mt 5:17-18).

Aproximadamente 20 vezes Jesus reconheceu o VT como Escritura, usando vários nomes para ela: “Escritura”  “A Lei”  “Lei e os Profetas” “ Lei, Profetas e Salmos” e Moisés e os Profetas”.

Ele endossou o VT do princípio ao fim, somente nesta declaração: “DESDE O SANGUE DE ABEL (Gn 4:1-10), ATÉ O SANGUE DE ZACARIAS (II Cr 24:20-21). Gênesis e Crônicas são exatamente  o primeiro e último livro da bíblia reconhecido pelo povo judeu. Isso está em Mateus 23:35

Ele explicou que os erros nas coisas de Deus ,vem exatamente da ignorância na Escritura. Em outras palavras: os que conhecem a bíblia não podem errar.( Mt 22:23-29; Mc 12:24).

Referiu-se a Escritura umas 8 vezes especificamente, em relação a Si Mesmo, Seu Ministério, Morte e Ressurreição(Mt 26:24,53,54;  Mc 9:12,13;  Lc 18:31-34; 21:22; 24:46 e Jo 7:38).

O poder, autoridade e inspiração do VT, são vistos magnificamente nas 3 vezes em que Ele fez calar em pleno deserto o diabo, obrigando-o a bater em retirada, completamente derrotado (Dt 8:03; Sl 91:11 e Dt 6:13)

Ele sempre esperava o cumprimento da Escritura com espectativa ( Lc 22:37; 24:44; Jo 13:18; 15:25; 17:12).

Jesus reconheceu a historicidade de várias pessoas, lugares e eventos do VT. Ei-los:

a-    A criação – Mt 19:4-5.

b-    O casamento – Mt 19:05-07.

c-    O sangue de Abel – Lc 11:51

d-    O dilúvio – Mt 24:37-39

e-    O incidente na sarça – Mc 12:26.

f-     A lei da lepra. – Mt 8:04

g-    Salomão e a rainha de Sabá – Mt 12:42

h-    Daniel,o profeta – Mt 24:15

i-     A morte de Zacarias – Mt 23:35

j-      Abraão, o patriarca – Jo 8:58.

 

Para concluirmos essa parte, devemos anotar que o Senhor declarou enfaticamente  que “A ESRITURA NÃO PODE SER ANULADA” (Jo 10:35). Isto é , ela é infalível.

A inspiração no VT era necessária para que se cumprisse com exatidão todas as profecias ali encontradas. Encontramos cerca de 400 profecias no VT sobre a vida de Jesus que foram cumpridas magistralmente. Vejamos algumas:

a-  Nascer em Belém – Mc 5:02 – Mt 2:01

b-  Grandes viriam adora-lo – Sl 72:10.; Mt 2:1-11.

c-   Pregação por parábola – Sl 78;02; Mt 13:34-15

d-  Rejeição pelos irmãos – Sl 69:08; Jo 7:03.

e-  Traído por um amigo – Sl 41:09; Jo 13:18-21.

f-    Vendido por trinta moedas – Zc 11:12; Mt 26:15

g-  Cravação dos seus pés e mãos na cruz -  Sl 22:16; Jo 20;25.

h-   Vestes divididas e sorteadas – Sl 22:18; Mt 27:35.

i-    Contato com transgressores. – Is 53:12; Mc 15;27-28

j-    Nenhum dos ossos quebrados – Ex 12:46; Sl 34:20; Jo 19:33.

 

Diante dessa exatidão profética, o homem sensato só pode baixar a cabeça com respeito a inspiração do VT.

INSPIRAÇÃO DO NT.

Com as sobejas provas j´s vistas sobre a inspiração geral, e inspiração do VT, automaticamente deduzimos que a inspiração no NT é óbvia. Todavia essas observações devem ficar para completar o assunto em pauta.

 

1 – PRETENÇÕES DOS ESCRITORES DO NT

 

Quando vimos as reivindicações que os escritores do NT fazem acerca de suas próprias obras , verificamos com nitidez que elas reclamam para eles absoluta inspiração, e colocam-nas ao mesmo nível de inspiração do VT

Todas as Escolas de Cristieísmo Bíblico reconhecem essa pretensão, ainda que os taxem de atrevidos e infundamentados.

Vejamos por exemplo o apóstolo Paulo que escreveu quase todo NT. Ele afirma que seus escritos eram tão autoritários, que todos aqueles que descordassem  poderiam ser considerados malditos, ainda que os tais fossem anjos dos céus. (Gl 1:6-9). Ele diz abertamente que os seus mandamentos, são mandamentos do senhor ( I Cor 14:370 . é verdade que uma vez ele fez distinção entre o que o Senhor mandava e ele mandava (I Cor 7:10,12,40) , mas no último verso do capítulo 40, coloca o que ele diz no mesmo pé de autoridade e igualdade com os mandamentos do Senhor. Ele diz categoricamente que aquilo que pregava era a palavra de Deus ( I Ts 2:13) e devia ser recebida como tal, sem discussões.

Encontramos essa mesma atitude em Pedro, além da declaração em II Pe 1:2, ele diz que os apóstolos “PELO ESPÍRITO SANTO”... PREGARAM O EVANGELHO” ( I Pe 1:12). Coloca também os escritos de Paulo no mesmo nível das outras escrituras. ( II Pe 3:15,16).

O apóstolo João por seu lado diz, que uma maldição virá sobre todo aquele que tirar ou acrescentar alguma coisa àquilo que ele escreveu- (Ap 22:19).

Se esses homens não estavam realmente debaixo da direção e inspiração de Deus quando disseram isso, não passavam de perfeitos débeis mentais, imprudentes,atrevidos e paranóicos. Mas louvado seja Deus, que suas afirmações foram abanadas devidamente pelo Espírito Santo.

2 - PALAVRA FINAL

Fato deveras curioso é que a palavra de Deus , a infalível Escritura, não faz a menor força para provar sua integridade e inspiração. Isso obviamente porque a verdade, tanto em área espiritual, como filosófica ou científica, SE EVIDENCIA SEM ESFORÇO PRÓPRIO. Podeis estar certos de uma coisa: Tudo aquilo que tenta se impor pela força, não pode ser verdade.

Nada mais ridículo que uma “verdade” tentando provar que é verdade.

Observe que o próprio evangelho não é uma coisa imposta aos homens.

Sendo, pois a bíblia a verdade, ela se evidencia naturalmente como tal, diante de homens, anjos e demônios.

Para concluirmos esta parte, vejamos algumas coisas notáveis sobre a “Escritura” que colaboram com tudo aquilo que já dissemos. Onde estão as respostas para estas perguntas:

a-    Como aparecem os mundos? Hb 11:03      

b-    Como eles são sustentados? Hb 1:3.

c-    Como eles deixaram de existir? II Pe 3:5-6.

d-    Que proclamava os profetas? Jr 16:1

e-    Como começou a encarnação do Verbo? Lc 1:31

f-     Antes da encarnação, quem era Jesus? Jo 1:1

g-    Depois de encarnação, quem era Jesus? Lc 4:32 e Jo 6:63.

h-    Seu ministério foi segundo o quê? Lc 24:44.

i-     Como curava ele os enfermos? Mt 8:16.

j-      Todos os homens vivem através de quê? Mt 4;4 e At 17

k-    Por que ninguém o apanhava em palavras? Jo 7:46.

 

NOTEM AGORA COMO A BÍBLIA E JESUS SE IDENTIFICAM:

 

A – São igualmente eternos

Jesus:  “é o mesmo ontem, hoje e eternamente.” – Hb 13:8

Bíblia:  “ pela palavra de Deus que permanece para sempre” – I Pe 1;25

 

B – Abençoam igualmente o mundo

Jesus: “ Deus... vo-lo enviou para vos abençoar” At 3:26

Bíblia: “ bem aventurados os que a observam” Lc  11:28.

 

C – São Igualmente infalíveis

Jesus: “Nele não há pecado” Jo 8:12 e II Co 5:21

Bíblia: “ A escritura não pode ser anulada” . Jo 10:35

 

D – São igualmente fontes de vida.

Jesus: “Eu sou a luz do mundo”. Jo 8:12.

Bíblia: “ As ...palavras são vida.” Jo 6:36.

 

E – São  igualmente luz

Jesus: “Eu sou a luz do mundo” . Jo 8:12

Bíblia: “ A lei é uma luz.” Pv 6:23.

 

F – São igualmente a verdade

Jesus: “Eu sou a verdade”  Jo 14:6

Bíblia: “ A tua palavra é a verdade” . Jo 17;17

 

G – Alimentam igualmente

Jesus: “Eu sou o pão da vida” Jo 6:35.

Bíblia: “ Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. Dt 8:13 e Mt 4;4.

 

H – São agentes de salvação igualmente

Jesus: “Em nenhum outro há salvação” At 4:12

Bíblia: “ Recebei a palavra... a qual pode salvar”. Tg 1:21

 

I – Ambos igualmente são rejeitados.

Jesus: “ Era rejeitado e o mais indigno...” Is 53:3

Bíblia: “ sabeis muito bem rejeitar o mandamento” Mc 7:9.

 

J – Ambos julgaram o homem.

Jesus:”... há de julgar o mundo... pelo varão ( Cristo) que para isso destinou”. At 17:31.

Bíblia: “ A palavra que falei, essa o julgará no último dia.” Jo 12:48

Como os irmãos podem ver Jesus é a PALAVRA ENCARNADA, enquanto a Escritura é a PALAVRA IMPRESSA.

Depois destas incontestáveis evidências, já experimentadas na vida de milhares de pessoas, ninguém de espírito honesto e em sã consciência pode negar a inspiração total da Escritura.

 

VIII – O CANÔN DA BÍBLIA

 

1 – Conceito e uso da Palavra

 

A palavra “CANÔN” é grega , e  em sua origem mais primitiva significa: “varinha retilínea usada para medir alguma coisa padrão, medida, régua, etc. A idéia principal da palavra é a de uma linha reta que serve para padronizar alguma coisa. Provém de sua raiz, as palavras: “cana”, “canal”, “canhão”, “cônego”, etc.

Em seu sentido metafórico ou figurativo , empregado em relação às Escrituras, ela não representa aquilo que mede, mas AQUILO QUE ESTÁ DE ACORDO COM A MEDIDA. Este sentido está devidamente destacado. Gl 6:16 e Fl 3:16.

A palavra “REGRA” usada por Paulo nessas passagens é “CANÔN”, e seu sentido é amplo. Istoé se refere a tudo aquilo que Deus queria que o homem soubesse, e que por inspiração, alguns homens escreveram.

Foi exatamente no século IV, que se começou a selecionar os livros que viriam a formar o “CANÔN” da bíblia, principalmente os do NT, porque os do VT já possuíam um consenso nessa época, desde o primeiro século.

Queremos salientar inclusive, que a palavra “CANÔN” é exclusiva do NT, onde aparece 4 vezes: II Co 10:13; 15; Fl 3:16. Mesmo assim, é lógico que o processo de canonização também foi usado para o VT por motivos óbvios que vermos a seguir.

 

2 – NECESSIDADE E DIFICULDADE NA FORMAÇÃO DO CANÔN

 

a)    O Povo Precisava Ter em Mãos a Completa Revelação de Deus.

 

A literatura apócrifa era abundante, tanto no VT como no NT. Para que tenhamos uma idéia basta citarmos os seguintes apócrifos que giravam na época do VT.: “Tobias”, “Judite”, “Acréscimos a Éster”, “Sabedoria de Salomão”, “Eclesiastes”, “Baruque”, “Cântico dos Três Jovens na Fornalha”, História da Suzana”, “Bel e o Dragão”, “Oração de Manasses”, etc. alguns são citados até pela própria bíblia, tais como: “O livros das guerras” ( Nm 21:14); “O livros do Justo” ( Js 10:13); “ A história do vidente” ( I Cr 29:29); “A tos de Salomão” (I Rs 11:41); “ A história de Semaias” ( II cr 12:15) etc.

Poe outro lado temos no período do NT quase 100 apocalipses apócrifos, sem contar com o “Evangelho de Marcião” e de outros mais, e várias cartas expúrias atribuídas até a apóstolos. É o caso da III Carta aos Coríntios atribuída a Paulo ( Conf,  I Co 5:9, II Ts 2:2 e 3:17).

Como podemos ver, esse amaranhado imenso de literatura expúria dificuldade fiel em seu propósito de descobrir a vontade de Deus.

b)    Um Volume Organizado Facilitaria muito mais a Consulta e o Entendimento.

 

Você pode ter até dificuldades para crer, mas os livros da bíblia foram colocados religiosamente na ordem em que Deus queria. Judas não poderia estar aquém nem tão pouco Rute além dos lugares em que estão na Escritura.

A palavra “organizado”, desse item, tem um peso tremendo. Porque muitas foram as pessoas que tentaram fazer essa organização na força da carne. Um exemplo marcante do que afirmamos  aconteceu em 330  A.D. Constantino, Imperador romeno da época, ordenou que 50 cópias da Escritura, fossem preparadas para uso das igrejas em Constantinopla. Aparece então a questão: QUAIS DOCUMENTO ERAM ESCRITURA? Visto que na época o consenso canônico era muito pobre.

 

c)    Livrar os Textos Inspirados da Possibilidade de Acréscimos

 

Apesar do trabalho meticuloso, principalmente do Espírito Santo, para preservar intactos os documentos inspirados , muitos foram os acréscimos, que apareceram no decorrer do tempo, tais como: “Acréscimos a Éster”, “Acréscimos a Daniel” e outros , além da “ 3ª carta aos Coríntios”.

Na hora do “CANÔN”, a “tesoura” do Espírito Santo funcionou maravilhosamente.

 

d)    Preservar da Destruição

 

Se com o “CANÔN” pronto , satanás fez tudo para desaparecer com ele da Terra, imaginem quando os escritos inspirados ainda estavam separados Deus precisou preparar homens para essa árdua tarefa.

 

IX – FORMAÇÃO DO CANÔN DO VT

 

O Cânon de um modo geral, é o resultado de um acrescentamento gradual daquilo que era inspiração, dentro do tempo.

A expressão “ACRESCENTAMENTO GRADUAL”, está isenta de qualquer operação humana. Nada existe no universo que prove a interferência da mente humana na formação do Cânon. Não houve um Concílio, um Conclave, uma Dieta, no qual se tenha estabelecido: “ESTE É INSPIRADO, AQUELE NÃO”.

Nós já estudamos anteriormente que a verdade se evidencia  e si impõe por si própria. Foi exatamente assim que o Cânon do VT se formou.

Um livro era considerado canônico, não por que a famosa Escola Rabínica o requeria , mas porque ele mesmo afirmava-se como tal.

Uma pergunta que logo nos ocorre é: Quando se deu isso? Fato é que não temos uma noção exata de quando começou e terminou o Cânon do VT, e isso obviamente porque não dependeu do homem.

O documento mais notável sobre o assunto, quem nos dá é FLÁVIO JOSEFO, historiador judeu do primeiro século. Em seu livro “CONTRA APOIO” , diz ele: “POR QUE NÓS NÃO TEMOS (isso é, como os gregos) MIRÍADES DE LIVROS DISCORDANTES E CONTRADITÓRIOS ENTRE SI, MAS APENAS 22 JUSTAMENTE ACEITOS . CINCO SÃO DE MOISÉS ... TREZE DOS PROFETAS...E OS QUATRO RESTANTES  QUE COMPREENDEM HUNOS A DEUS E PRECEITOS PARA CONDUTA DO HOMEM.”

É bom salientar que o Canôn hebraico contém 24 livros. A omissão de 2 por parte de Josefo, se explica ou pela divisão que ele fez ou pela organização ou pela canonização posterior. Ficando mais evidente o primeiro caso, visto que ele escreveu no ano 90 A. D.

Deduzimos daí que os judeus possuíam um consenso sobre os livros inspirados, pelo menor no final do primeiro século. Isso não deveria ser duvidoso para nós, visto que Jesus citou muitos livros do VT, no primeiro terço do primeiro século. E os seus contemporâneos que eram maioria seus adversários, não colocaram objeção alguma. Isso é, quando Ele citava qualquer livro do VT, eles baixavam a cabeça.

Queremos deixar claro que o fato da bíblia samaritana ser apenas o Pentateuco encontra explicação no fato de que ao romper as tribos, esses cinco volumes em os únicos reconhecidamente canônicos.

É bem possível que antes de Esdras, os judeus j´s tinham seus livros considerados sagrados. A obra mais importante de Esdras, foi de levar o povo a abraçar um código escrito sagrado. , como regra absoluta de fé e vida. Certamente isso já implica uma formação canônica. Aliás, a primeira divisão das escrituras hebraicas, foi feita justamente por Esdras, pelas evidências mostradas em Esdras 7:6,10,11,12,21,25,26, etc. o que desconhecemos é a data que os profetas tomaram lugar junto a lei. II Mac  2:13 diz que foi Neemias que os ajuntou , o que não se pode aceitar abertamente, pelo fato de não ser um documento canônico.

Salientamos ainda que cerca de 2 séculos antes de Esdras, já encontramos vestígios de livro sagrado respeitado pelo povo, como sendo Deus ( comp. II Rs 22:08 com Ne 8:1). Cerca de 612 A/C.

Assim vemos que a canonização do VT era matéria de cogitação muito antiga. Podemos estar certos de que ao tempo de Jesus, não se tinha dúvidas mais sobre os livros que formavam o Cânon do VT. Ou seja, todos aqueles que foram transmitidos até hoje.

 

X – FORMAÇÃO DO CANÔN NO NT

 

Do mesmo modo que provamos apostolicamente, provamos também a canocidade dos livros do NT. Tal como se prova a autoria dos renomados autores mundiais, cujas obras trazem seus nomes.

A consciência cristão dominada pelo espírito, discerne entre o puro e o impuro. Cumpre ressaltar que tal realização não se deve nem a própria  igreja, mas que ela aconteceu observando os mesmos processos da canonização do VT, isto é, cada livro foi se impondo e falando por si mesmo com suas provas internas e externas., até que em determinado tempo eram reconhecidos pelas autoridades eclesiásticas( pais da Igreja) como possuindo autoridade apostólica. Fato deveras curioso é que não houve intervenção de Consílios. O consílio de Hipona ( 3L93 AD), apenas confirmou, reconheceu, referendou o consenso das autoridades da Igreja  sobre os documentos canônicos.

Os documentos apareceram primeiramente separados, em épocas e localidades diferentes. Foram guardados com carinho pelas igrejas e aceitos como apostólico. Eram lidos nas assembléias cristãs, em reuniões devocionais e doutrinárias. A bíblia dá a entender que esses documentos circulavam entre as igrejas de forma original ou em cópias (Cl 4:16). Com o tempo foram até classificados em grupos, a saber:

 

1 ) OS EVANGELHOS

Se imporam sobre muitos escritores que falavam sobre Jesus na igreja primitiva, foram universalmente reconhecidos pela igreja devido sua autoridade apostólica. Esta aceitação é comprovada largamente pelos pais da igreja que os citam abundantemente seus escritos.

2) AS EPÍSTOLAS PAULINAS

 

Nada menos que treze trazem o seu nome, embora ele fosse algumas vezes auxiliado por um escrevente, testemunha da legitimidade de seus escritos.( Rm 16:22). Segundo Inácio, Policarpo, Clemente e outros, tais escritos eram aceitos como Escritura. Pedro os antecede neste testemunho ( II Pe 3:15,16).

3) OS DEMAIS LIVROS

 

foram aceitos como canônicos, com exceção de I Pe e I Jo. Estes dois passaram por uma verdadeira tempestade de revisões e críticas durante quase um século ( 400 a 500 ), receberam até o título de “DEUTERO-CANÕNICOS”. No final desse período, entretanto, eles ainda se mantinham ilesos, motivo pelo qual a igreja universal os considerou inspirados sem mais nenhum problema.

É bom que fique claro, que certos livros do NT, foram considerados canônicos independentemente de se conhecer quem os escreveu. O exemplo clássico que temos disso é a Carta aos Hebreus. Muitos dos debates que ainda perduram até hoje sobre certos livros do NT, não se ligam a sua canonicidade, mas a sua autoria.

Podemos dizer para finalizar que todo Cânon das Escrituras Sagradas foi completamente reunido e reconhecido no 4° século, principalmente por aqueles que estavam sob a direção do Espírito Santo. O problema existente com I Pe e I Jo, não afetou nem de leve os verdadeiros fiéis.