Marcio Gil de Almeida
Teólogo e Pedagogo
Eles se agrupavam de acordo com a cor dos espinhos que possuíam. Seguindo a diante, sendo muito organizados e querendo empossar um novo Rei dos Espinhosos, se viram num grande dilema: todos os machos da realeza, misteriosamente tinham desaparecidos, sobrando apenas uma fêmea da realeza, que se chamava Amlid.
O grande Conselho dos Espinhosos debateu sobre a situação e ficaram preocupados, pois não sentiam segurança em colocar uma fêmea, quanto mais Amlid que era rebelde e já tinha tentado contra o rei e contra o próprio reino para tomá-lo, dominá-la e governá-lo com mão de ferro. A Amlid tinha sido presa e foi anistiada pelo Rei que queria a paz. O Conselho dos Espinhosos presos á lei não podia negar o direito de Amlid. Quando ela viu a oportunidade, notou que poderia conseguir o que queria, mas tinha que mudar de estratégia. Então, ela pensou, vou usar a cabeça ao invés de armas, vou enganá-los com o meu sorriso maravilhoso e com discursos emotivos enganosos. Ela armou uma estratégia para derrubar o sistema de governo dos Espinhosos que tinha um Conselho como voz do Estado de Direito, chamado de Democ e transformá-lo em Comuna, um novo sistema que criaria um governo absolutista e controlador da sociedade. Ela tinha a mania de controle das vidas dos outros e do mundo que vivia. Só o que ela pensava era bom e valia qualquer método para se impor.
Esta história de Comuna era enigmática, pois o mesmo sistema fracassou em todos os lugares e era uma ditadura em todos sem precedentes. Mas, a nova Rainha Amlid e o seu grupo o defendiam sem palavras com ações encobertas como o governo dos trabalhadores e dos menos favorecidos. Ela descobriu que a melhor forma de defender os seus pensamentos diante do povo Espinhoso, era não declará-los, fingir que não tinha nada haver com eles e apoiá-los com atitudes estratégicas disfarçadas. Prometer, não cumprir e prometer novamente como se tivesse cumprido a palavra anteriormente, era algo que faria todos a terem a esperança. Mas, jamais cumprir...
Quando Amlid governava havia muitos problemas, mas a arte de enganar estava em tudo e havia todo um sistema montado para impedir que outros interrompessem. Para se manter no poder valia tudo... A verdade era mentira e a mentira era a verdade. A parcialidade apagou a imparcialidade e tudo virou uma questão de verdade mentirosa e de ser inquestionável.
Certo dia um grupo de Espinhosos, grupo pequeno e que percebia as armações de Amlid começou a se manifestar. Todavia, não eram bem vistos porque enfrentá-la se tornou um problema. O que eles diziam era a verdade, mas o povo Espinhoso não lhe dava crédito. A Amild tinha dado presentes ao povo que tinham escondidos espinhos que distorciam a realidade. Estes espinhos eram chamados de Engano que penetravam os olhos do povo e não mais conseguiam ver. Estavam cegos... Da mesma sorte, os seus seguidores passaram a fazer protestos para confundir o povo. Ela era a situação e a oposição.
Certo dia a Rainha Amlid, reuniu os seus liderados Espinhosos Vermelhos de confiança para estabelecer novas formas de alcançar o novo sistema de governo Comuna. Eles pensaram: Temos que fortalecer os nossos aliados, confundir os incautos, combater os adversários não frontalmente e a estabelecer uma nova forma de sociedade para que o nosso sistema caiba como a luva na mão. Na realidade, os Espinhosos seguidores do Comuna já faziam isto há tempos, mas agora estavam no poder.
A sociedade dos Espinhosos sempre teve problemas sérios e a Rainha Amlid, sempre usava o sorriso maravilhoso e um discursos emotivos enganosos. É claro que enganar a maioria do povo que era os Espinhosos Cinzas e incauto, não era difícil. Bastava desviar a atenção das verdadeiras intenções. Ela usou a estratégia dos presentes, tais como construir tocas novas para o povo, dar bolsas benefícios etc. Eles ficavam tão felizes que achavam ser ela um anjo ou mesma uma “santa” e não davam ouvidos aos Espinhosos Azuis que eram mais esclarecidos.
Um Reino para mudar, se deve mudar a sociedade. E os Espinhosos era alvo desta mudança visando a instalação do sistema de governo Comuna. Então a Rainha Amlid, disse que se deveria trabalhar para destruir os valores da sociedade e a dividi-la. Tudo isto para que no momento oportuno, no momento da crise, eles pudessem ter maior chance de se tornarem a resposta, a encontrar falsas justificativas, de se obter mais poder e a impor a sua vontade Comuna. O discurso de buscarem pluralidade, justiça e igualdade entre os Espinhosos em relação as cores, comportamentos fora do normal, ao controle populacional e outros... Tudo na verdade não passaria de embuste para usar facções entre os Espinhosos com o fim de destruir os valores da sociedade. Quando se destroem valores, se destroem grupos ou os tornam impotentes, os seus líderes passam a não terem mais força de falar contra os Comunas. Ela estaria usando os outros para criar a situação favorável. E ainda mais, controlar os meios de comunicação impedindo qualquer um que não falassem a contra dos valores dos seus aliados. Falar contra valores de grupos que apoiassem a Amlid, seria como favorecesse os lideres que poderiam atrapalhar o projeto dos Comunas. A Rainha Amlid buscou usar a escolas para implantar a sua ideologia de engodo. A sociedade dos Espinhosos estava sendo formatada.
Infelizmente os opositores não lutaram com o coração e houve muitos que por receberem favores não deram ouvidos e quando quiseram reagir, já era tarde de mais e os Comunas tomaram conta de tudo. Quando todos aceitaram o novo sistema de governos, algo inesperado aconteceu. Um vírus chamado Ditadura atacou de maneira tão forte que matou a alma de todos. Eles caíram da grandeza e da sua grande inteligência e de uma espécie, Coendou Prehensilis Super passaram para uma subespécie irracional, chamada de Coendou Prehensilis.
Agora, uma palavra de advertência que ficou escrito entre ruínas desta extinta civilização: “Não cometam o mesmo erro...”
Contribuição voluntária e sem valor determinado.
Marcio Gil de Almeida
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