A
resposta vai depender de uma série de fatores. Vou começar
fazendo um paralelo entre vantagens e desvantagens:
VANTAGENS
É
riquíssimo em conhecimento. Um dos mais rico que existe. O
ministério pastoral consciente
exige conhecimento em várias áreas. Pelo conhecimento vale apena
estudar.
Pode
ser um instrumento de capacitação ministerial. Isto envolve a
maioria dos ministérios dentro da igreja.
Traz
mais segurança para o obreiro em suas ações pelo conhecimento
obtido.
Traz
honra para o ministro e para a igreja que está sendo pastoreada.
Tem
o que passar pois recebeu de outrem.
É
uma realização pessoal, uma edificação do ser.
Forte
base de defesa da fé. É o inicio de um caminho para o encontro de
novos conhecimentos valorosos.
A
depender da denominação o curso de Teologia é obrigatório. Ele
traz o beneficio por promover a possibilidade de fazer parte do
corpo de pastores denominacional.
Se
for funcionário publico, a depender da função, pode conseguir um
acréscimo de salário.
Independente
da natureza do curso, que está na área de humanas, o curso promove
um crescimento na formação do cidadão.
DESVANTAGENS
O
curso em Teologia é limitado, principalmente, ao mundo
eclesiástico. Fora da igreja e dentro da igreja o teólogo pode se
tornar um escritor que trata de temas diversos, mas principalmente
ligado à visão cristã do mundo. Fora da igreja e de uma
instituição de ensino teológico, ele pode obter um contrato para
professor substituto em alguma área.
O
reconhecimento do MEC não trouxe vantagens satisfatória pela
própria natureza do curso. Uma pessoa com o curso reconhecido pelo
MEC só pode concorrer em um concurso público, a nível superior,
se não houver cobrança de uma formação especifica. Coisa que é
muito difícil de acontecer. O reconhecimento pelo MEC não
diferenciou daqueles que não são reconhecidos, pois eles cumprem a
mesma função eclesiástica e certas disciplinas que são
acrescentadas pela exigência do MEC, são colocadas para satisfazer
a ânsia de formar teólogos que tenham a visão ecumênica. Isto
ocorre mesmo em seminários, institutos e faculdades teológicas
reconhecidos pelo MEC que tenham a sua identidade evangélica ou
denominacional definida.
Poucas
denominações valorizam o curso teológico. A ênfase está no
carisma. Isto leva a uma frustração de quem cursa teologia, porque
o seu esforço em aprender, como forma de investimento não é
reconhecido pelas igrejas em geral.
PONDERAÇÕES
Existem
cursos teológicos com diferentes qualidades. É preciso avaliar se
vale apena pagar um curso caro de Teologia. O que realmente tem
levado a muitos a pagar um curso caro é a falta de conhecimento
sobre a realidade do mundo teológico do Brasil, o seu sentimento
quanto ao seu chamado, o seu apego quanto ao grupo denominacional a
que pertence e a forte influência de líderes/pastores da sua
igreja.
Existem
cursos com ênfase teológicas ou áreas diversas. Tem escolas
teológicas que dão ênfase a missões, outras a filosofias, a
pastoral, concepções teológicas etc.
Temos
que ter cuidado com a propaganda mentirosa, negativa ou positiva, que
tenta atrair ou espantar alunos. Na minha cidade certo seminário
fez propaganda MENTIROSA com o carro de som dizendo que era
reconhecido pelo MEC e os alunos deles passaram a influenciar outros
alunos do seminário concorrente, dizendo: “Saiam deste seminário
que não tem reconhecimento da nossa denominação e do MEC. Este
curso não presta... e várias outras formas de ataques.” A falta
de ética para com a outra instituição era vergonhosa. Estes dias
vi e ouvi um aluno de certa faculdade teológica reconhecida pelo
MEC, dizendo: “é isso mesmo vá para o nosso curso. Os cursos de
outras instituições teológicas não prestam”. Vou fazer uma
afirmação: Na prática os cursos teológicos reconhecidos e não
reconhecidos são basicamente a mesma coisa. O que faz a
diferença na vida do teólogo, principalmente, é o apoio que
receberá para ser ministro e de ter a oportunidade, em condições
adequadas, para obter uma igreja ou campo para pastorear. Se o
recém-formado não tiver apoio do seu pastor para engajá-lo não
fará diferença alguma. É bom lembrar que a maioria esmagadora das
igrejas, não valorizam a melhor formação teológica e sim, o
carisma do indivíduo. Também, um mestrado ou doutorado não é
recompensado pela igreja por tal esforço. O crescimento acadêmico
acaba sendo um investimento apenas uma questão pessoal.
Recomendo
que cada pessoa, em primeiro lugar, faça um curso superior em outra
área e só depois cursar Teologia.
Temos
que abrir a mente. O mundo está mudando e as formas de se estudar se
diversificaram. Há versatilidade em como cursar Teologia:
correspondências, internet, ead e presencial. Não se prendam na
visão que para aprender tem que ser curso
ou aulas
presenciais.
Antes
de existir o reconhecimento do MEC, vários pastores iam para Estados
Unidos e Europa para cursar
doutorado em alguma área da Teologia. Hoje provavelmente continua a
mesma coisa, e é claro que vai depender da instituição de ensino.
Aqui no Brasil antes do reconhecimento do curso de Teologia pelo MEC,
já havia instituição teológicas oferecendo mestrado e doutorado.
É bom lembrar que, cursa Teologia em uma instituição não
reconhecida pelo MEC, poderá fazer 20%
de um curso teológico de uma instituição reconhecida e obter o
reconhecimento do seu diploma pelo MEC. Na verdade, a pessoa receberá
um novo diploma da nova instituição de ensino.
Se
pessoa resolver fazer uma pós graduação, mestrado e doutorado e só
poderá fazê-los em instituições reconhecidas pelo MEC, o seu
curso terá que ser reconhecido. Isto não impede fazê-los em
outras instituições declaradamente não reconhecidas. A verdade é
que existe vários tipos de reconhecimentos além do reconhecimento
pelo MEC, tais como: reconhecimento
social, eclesiástico, familiar, pessoal e denominacional. Estes, na
realidade, são o que importa para o ministro. Estes
cursos não reconhecidos pelo MEC são classificado pela legislação
de Cursos
Livres.
Outra
coisa a ser levado em conta, que muitas pessoas se enganam, é que só
tem o reconhecimento pelo MEC se tiver o nome de faculdade. Isto não
é verdade, há institutos e seminários reconhecidos pelo MEC.
Afinal
de contas, vale ou não vale apena cursar Teologia?
È
claro que sim.
Desde que seja por uma questão de realização e edificação
pessoal. Também,
ainda
vale apena para
uma formação do ministro eclesiástico. Sob a perspectiva de
conseguir espaços no mundo profissional e ganha dinheiro,
não vale apena cursar Teologia. Vendo desta forma não importa se é
reconhecido ou não pelo MEC.
O que importa é se você está satisfeito. Se estiver atendendo os
seus ânseios... Então, vale apena cursar Teologia.
http://www.teologiastel.blogspot.com/2012/02/vale-apena-cursar-teologia-no-brasil.html