quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Curso de Bibliologia - Parte 5 - IV Unidade - Texto




I – VERSÕES DA BÍBLIA

 

1 – RAZÃO PARA AS VERSÕES

 

As versões contendo o Velho Testamento e o Novo, são bem mais numerosos do que as que contém somente o Velho Testamento. Isto porque não havia nenhuma razão para o judeu sectário, publicar o seu livro sagrado nos 4 cantos da Terra. E nenhuma civilização da época, estava realmente interessada nisso, devido a grande antipatia que tinham por este povo. Porém com a mensagem universal do evangelho de Cristo, e posteriormente com o aparecimento da igreja na Síria, Ásia Menor, Egito, Etiópia, Norte da África, Macedônia, Grécia, Itália e muito além , as novas igrejas precisavam de traduções das Escrituras em suas próprias línguas . daí surgir o importante trabalho de tradução da palavra de Deus, trabalho este tem continuado até o presente.

 

2 – FIDELIDADE NA CÓPIA

 

Alguns detalhes nas próprias cópias nos dão provas da fidelidade copista mostrada na hora de reproduzir o texto.

Encontramos no MSS algumas palavras que trazem sobre si estranhos sinais que os críticos não conseguem decifrar. A única explicação lógica é que foram originados de um movimento acidental da pena de um determinado copista, que outro ao tornar a reproduzir repetiu fielmente o que ali estava.

Outras vezes encontramos em um MS uma letra maior do que as que estão sendo usadas. Fato curioso é que quando os técnicos comparam com outros MSS notam que os copistas reproduziu aquela letra rigorosamente do tamanho da original.

Até a separação existente entre as apalavras era observada.

Quando um copista cometia um erro muito grave, que poderia dificultar o entendimento do texto , ele anulava aquele MS e começava tudo de novo.

O temor e a fidelidade desses homens chegava a tal ponto, que ao escreverem o nome inefável  YAVÈ, mudavam de pena e se inclinavam até ao pó. Tudo isso nos enche de espanto e são dignos de nossa admiração e gratidão, pelo cuidado com que realizavam a obra de preservação do texto sagrado.

 

3-CÓPIAS

 

já afirmamos que não existe mais nenhum MS original de qualquer livro da bíblia. Todos desapareceram , sendo as causas do desaparecimento as mais variadas:

a)    Fragilidade do material.

b)    Destruição por inimigos;

c)    Guerras;

d)    Queima por inimigos ou por amigos;

e)    Sepultamento por amigos.

 

Como já sabemos, o zelo era tal, que quando algum Ms danificava-se pelo uso, era destruído para evitar que ficasse jogado pelos cantos ou profanado de qualquer maneira.

A não existência dos originais não deve de maneira nenhuma  abalar os alicerces de nossa fé, porque apesar disso Deus preservou a Sua palavra com toda integridade.

As cópias MSS foram feitas nas línguas originais da bíblia, isto é grega e hebraica.

Os dois tipos de MSS conhecidos são:

 

A)   UNICIAIS OU MAIÚSCULAS.

 

Era confeccionado com maiúsculas. Por isso é também chamado de “MANUSCRITO MAIÚSCULO”. Outro detalhe importante é que suas letras não eram ligadas. São os mais antigos existentes e foram grafados em papiro e alguns em pergaminho. A partir do 4° século foram sendo substituídos pelos  MSS tipo cursivo ou Minúsculo. Os 3 mais importantes MSS Unciais que se conhece são:

1.    Códex Sinaiticus – Álefe

 

Foi descoberto pó TISHENDORF, no Convento de Santa Catarina, no sopé do Sinai, em 1834. Está no Museu Britânico, e pertence ao 4° século. Depois de examinar cuidadosamente este MS, Tishendorf fez 3 mil correções na 8ª edição de seu Novo Testamento grego. É o único MS que contém todo o NT.

1.    1 -  Códex Vaticanius – Beta

 

Também é do 4° século. É o melhor MS grego no NT. Infelizmente termina com Hebreus 9:13. está na biblioteca do vaticano.

1.    2 – Códex Alexandrino – Álefe

 

é a primeira metade do 5° século. O copista começou cada parágrafo com uma letra maior do que a maiúscula natural. Há evidências de que foi produzido 4 copistas. É o melhor MS para análise do Apocalipse. Está no Museu Britânico.

 

B)   CURSIVOS OU MAIÚSCULOS

Foi este que ao poucos substitui o Uncial, porque o material de escrita se tornou muito caro ( pergaminho). Sendo necessário diminuir a letra e unir as palavras. De modo que enquanto minúsculo se refere ao tamanho da letra cursivo, a junção delas. É justamente por essa evidência de ordem econômica que concluímos que os Unciais são antigos. Mais de 2500 deles são conhecidos. Todavia, não são de grandes valor devido a idade deles ( X século). A maioria foi copiada das Unciais e eram escritos em pergaminhos. Apenas 167 deles contém todo o NT.

 

 

II – VERSÕES MSS CONTENDO APENAS O VT

 

1 – O PENTATEUCO SAMARITANO

 

Foi confeccionado cerca de 430 A.C., escrito num dialeto da mesma família da língua hebraica (siríaco), inclusive com caracteres do antigo hebraico. É mais uma revisão que tradução do livro hebraico. Não se deve confundi-lo com a versão Samaritana mais moderna , que é uma tradução literal.

2 – OS TARGUNS

 

É aversão que mais se aproxima do original hebraico . foi feita para os judeus da Palestina , que tinham perdido grande parte do uso de sua própria língua no cativeiro babilônico. Por incrível que pareça os rabinos preparavam essas traduções com base especificamente oral. A história não precisou a data em que eles apareceram, todavia, sabe-se que estão para trás de 450 A. C. ( época de Esdras).

3 – A SEPTUAGINTA

 

É a famosa tradução do VT hebraico para o grego. Era destinada ao uso dos judeus helenistas residentes principalmente em Alexandria. Foi iniciada aproximadamente em 285 e concluída em 247 A . C.  É também chamada de ALEXANDRINA, devido ao seu ligar de origem. O nome SEPTUAGINTA, deve-se ao fato do trabalho ter sido feito por 72 sábios judeus, conhecedores do grego evidentemente, a pedido do rei PTOLOMEU FILADELFO de Alexandria. Tanto Jesus como os apóstolos usaram esta tradução em suas citações do VT. Os rabinos condenaram-na por ter ela servido grandemente a causa cristão.

 

III – VERSÕES MSS CONTENDO O VT E NT

 

1 – A PESHITA SIRÍACA

 

Pechita sugnifica “correta”. Foi feita no 2° século A.D. , diretamente do original  hebraico, havendo concordância rigorosa com o texto. Massorático . Não sabemos porque não aparecem nelas os livros de: II Pe , 2° e 3° Jo, Judas e Apocalipse.

 

2 -  A VULGATA LATINA

 

Já existiam duas versões latinas. Uma chamada “ HEXAPLA”,  da autoria de ORIGENES ( 185 –254), usando a septuaginta. Tinha mais o caráter de comentário e analise, do que propriamente versão. E a segunda, chamava-se “ANTIGA LATINA”, feita no segundo século. Era uma sofrível tradução da Septuaginta, mais os documentos inspirados que já circulavam na época.

Diversidades e imperfeições nestas versões latinas, levaram Jerônimo a produzir a famosa VULGATA LATINA, trabalho este, realizado desde 383 a 405  A. D.

A princípio ele baseou-se na Septuaginta, depois passou a usar o texto original hebraico. Fato curioso é que ele não traduziu os livros apócrifos por não constarem dos textos de origem da versão. Porém petições de amigos o levaram a traduzir Judite, Tobias, Acréscimos a Éster, e Acréscimos a Daniel. Esta versão serviu de base para as demais por um espaço de mil anos.

 

3 – O TEXTO MASSORÉTICO

 

Foi composto pelos massoretas ou fiéis judeus que se propuseram através do acréscimo de vogais, conservar a verdadeira pronuncia hebraica. Tanto o hebraico com as demais línguas semíticas não possuíam vogais. O resultado disso é que gerava uma incerteza quanto ao modo de se ler determinadas palavras, principalmente quando o hebraico começou a desaparecer dando lugar ao aramaico.

Este gigantesco trabalho realizado entre os séculos VI e VIII, teve como base os textos mais antigos existentes. É como distinguir-se alguns tipos de Massorpa: Ei-los:

A)   MASSORÁ NUMERAL

 

Esta se preocupa demasiadamente com números, chegando a registrar no final de cada livro o número de versos, de palavras e até letras.

 

B)   MASSORÁ TEXTUAL

 

Este tipo se preocupa especificamente com o próprio texto e suas particularidades. Neste tipo são encontradas observações chamadas de:

1 – “PEQUENAS”

 

São breves observações postas nas colunas das margens.

 

1.1 – “GRANDES”

 

São observações bem mais amplas, aparecem por cima e por baixo do texto.

 

1.2 “FINAIS”

 

Este tipo traz todas observações no final de cada livro.

Etmologicamente a palavra – MASSORÁ – significa “TRADIÇÃO”. Diz-se que a massorá “É A CERCA DA LEI”, porque impede qualquer interpolar posterior levando o texto bíblico à imunização contra mudanças.

O texto Massorético que encontra-se nas edições impressas da bíblia hebraica, compreende não só o trabalho do grupo massoreta em si, como também a contribuição de seus predecessores e sucessores.

Salienta aqui que além destas versões manuscritas citadas, existem outras tais como: EGÍCIA, ETIÓPIA, GÓTICA, ARMENIANA, ARÁBICA, ESLAVA, GEORGEANA, PERSA, etc. todas contém ambos as Testamentos. Não nos detivemos nelas por serem de menos importância.

 

IV – A INVENÇÃO DA IMPRENSA

 

JOÃO GUTEMBERG, natural de Mainiz, Alemanha, foi o “Pai da Imprensa”. Era um servo do Senhor. Há mais de cinco séculos ele escreveu isso: “DEUS SOFRE, POIS HÁ MULTIDÕES QUE SUA PALAVRA NÃO PODE ALCANÇAR. A VERDADE DIVINA ESTÁ PRESA EM ALGUMAS FOLHAS À MÃO. VAMOS ROMPER OS SELOS E DAR ASAS A VERDADE. PARA DEIXÁ-LA VOAR A TODA CRIATURA DE TODAS AS NAÇÕES.

Tanto se empenhou na difusão da palavra, que o primeiro livro a ser impresso foi a bíblia na versão latina. Chamou-se “BÍBLIA MAZARIM”, porque suas cópias foram colocadas na livraria do cardeal MAZARIM, em Paris.

A imprensa se introduziu em Milão e em Veneza em 1469, em 1470 em Paris e na Inglaterra em 1476. a partir da época da imprensa despontou uma nova era para o texto sagrado como literatura. No começo de Wicliff  (sec. XIV) , um copista gastava dez meses para fazer uma só cópia da bíblia, e o trabalho custava 200 dólares. Com a invensão da imprensa, mil cópias podiam ser feitas rapidamente e distribuídas pelo país sem fatos dispendiosos.

 

V – PRIMEIRAS VERSÕES IMPRESSAS

 

Imediatamente ao aparecimento da imprensa, como já era de se esperar, a preocupação maior era produzir vários exemplares da Escritura, tanto em hebraico com em grego e latim.

Na verdade a VULGATA LATINA foi o primeiro livro a ser impresso, em 1455.

Temos que levar em consideração que o NT grego saiu primeiro , em 1516. As primeiras edições do VT foram feitas por judeus, incluindo um comentário hebraico. A bíblia toda em hebraico , apareceu naturalmente, sob direção de cristãos em 1514. ela foi incluída numa obra chamada “POLIGLOTA”, que continha além dessa bíblia um comentário comparativo em relação as versões mais antigas. Esta obra foi preparada palo cardeal Ximenes e impressa em ALCALA Espanha, em 1517. Contém 6 volumes.

 

1 – A BÍBLIA EM INGLÊS

 

Como já sabemos a igreja romana mantinha uma rigorosa vigilância para que nenhum exemplar da bíblia fosse publicada em língua que ele taxava de “VULGAR”. Isto é a bíblia deveria permanecer nos idiomas;. HEBRAICO, GREGO E LATIM. E isto por questões óbvias, mantendo o monopólio das Escrituras, o povo permanecia em ignorância espiritual, e assim, a hierarquia papel dominava o mundo e vivia na opulência. Aliás, a igreja romana nunca escondeu seu desejo de dominar o mundo religiosa e politicamente. O papa BONIFÁCIO VIII (1302) expediu uma bula (decreto papal) declarando que a igreja precisava dirigir o mundo nos dois aspectos: RELIGIOSO E POLÍTICO. E ainda teve a insolência de defender sua tese “biblicamente” em Lc 22:38 . Roma seria o centro do mundo. De lá sairiam as leis espirituais e políticas. Não foi por mero acaso, que dois grandes ditadores que dominaram a Europa por algum tempo, foram coroados por papas.

 

A – CARLOS MAGNO

Coroado em Roma por Leão III ( 795-816) . E seus domínios foram chamados de “SANTO IMPÉRIO ROMANO”.

 

B – NAPOLEÃO BONAPARTE

 

Foi coroado por Pio XII ( 1800-1820). Este teve de ir até a França para coroar o ditador.

O próprio papa ao ser  coroado ouve as seguintes palavras: “TU ÉS PAI DOS PRÍNCIPES E DOS REIS, GOVERNADOR DO MUNDO, VIGÁRIO DE CRISTO NA TERRA”

Está claro que o mundo só poderia se desvencilhar deste estúpido aparato com uma bíblia nas mãos. Uma bíblia na língua do povo iria mostrar que tudo aquilo não passava de grosseria, mentira. Por isso, a mais terrível ameaça ao Império Papal era colocar versões populares da bíblia nas mãos da massa. Mesmo se opondo com “unhas e dentes”  a tal propósito, a igreja romana não podia impedir que Deus levantasse “ATREVIDOS” para o árdua e perigoso trabalho . O cristianismo foi introduzido no norte da Inglaterra, por um escocês chamado PATRICK, que evangelizou também a Irlanda, e isto, independentemente da inflência romana, em aproximadamente 500 A/D. No sul AGOSTINHO enviado pelo papa Gregório I , em 597, introduziu o catolicismo. Tendo o rei se convertido, o povo o seguiu, e Agostinho se tornou o primeiro Arcebispo da Catedral Canterbury, estabelecendo aí o primeiro Mosteiro.

Naquele contexto histórico, poucos podiam ler e quase nada havia para se ler, principalmente textos espirituais. A única bíblia disponível era a Vulgata, em forma manuscrita. Era escassa e não havia circulação. Apenas os padres tinham boa instrução e, com seus discípulos ( pessoas manuseadas) tanto pregava o evangelho como interpretavam  a bíblia para o povo.

Aos poucos foi nascendo o desejo no coração do povo de  terem a bíblia em sua própria língua. E Deus preparou homens para realizarem essa tarefa.  

 

 

 

A . L.  JOÃO WYCLIFF

 

Era o professor e sacerdote em Oxford , quando o Senhor lhe falou ao coração no século XIV. As reformas que ele advogou foram resultado de sua própria iluminação espiritual através da leitura da bíblia. São palavras dele: “AS SAGRADAS ESCRITURAS SÃO UMA PROPRIEDADE DO POVO, E UMA POSSESSÃO QUE NINGUÉM PODE ARRANCAR DO POVO. CRISTO E SEUS APÓSTOLOS CONVERTERAM O MUNDO POR FAZEREM CONHECIDAS AS ESCRITURAS. E EU ORO DE TODO CORAÇÃO QUE POR OBEDECERMOS AO QUE ESTÁ CONTIDO NESTE LIVRO., POSSAMOS PROVAR A VIDA ETERNA.

Conseguiu uma tradução da Vulgata e começou seu penoso trabalho de traduzir a Escritura para o inglês. O NT ficou pronto em 1380 e o VT em 1382. é evidente que o velho Wycliff, homem temente a Deus não inclui em sua versão, os visíveis erros da Vulgata de Jerônimo (Ex. Gn. 3:15) “Ele esmagará”, Ef 5:32 “Sacramento”; Mt 3;2 e AT 2:38 “ fazei penitência” sendo por isto violentamente atacado pela igreja romana. Arundel , arcebispo de Canterbury na época se referiu a Wycliff como “AQUELE PESTILENTO DESGRAÇADO DE EXECRÁVEL MEMÓRIA SIM, O PRECUSSOR E DISCÍPULO DO ANTI-CRISTO QUE COMO COMPLEMENTO DE SUA PERVERSIDADE , INVENTOU UMA NOVA TRADUÇÃO DAS ESCRITURAS PARA SUA LÍNGUA MATERNA”.

Dois anos depois o término do seu trabalho ele veio a falecer. Por incrível que pareça essa versão foi totalmente manuscrita. A igreja caçou cada reprodução de seu texto e queimou, prendendo seus possuidores. O papa da época ,Urbano VI, o excomungou, mandando desenterrar os seus ossos queimar e lançar no rio.

O ato de Wycliff foi considerado tão infame pela igreja romana, que em 1402 o papa Bonifácio IX aprovou a queima dos hereges, principalmente aqueles que sem licença traduzisse a bíblia para língua vulgar. O clero não poupava esforços para manter o livro sagrado em oculto. Eis algumas de suas declarações: “As mulheres e especialmente as freiras não devem ler livros daquela espécie, e menos ainda se traduzido em língua vulgar.” “O relacionamento do povo com a bíblia deve ser somente através de sermões e seus confessores”. “ O povo inculto e simples e incapaz de retirar delas seu verdadeiro ensino”. Inocêncio III chegou a dizer que “assim como o animal que tocasse o Monte Santo fosse apedrejado , assim também a massa inculta e vulgar não devia tocar na Sagrada Escritura.”

Apesar de todas essas ameaças, Deus levantaria outros homens para a mesma tarefa.

A.   2 WILLIAM TYNDALE    

 

Após a Reforma, este varão de Deus sentia noite e dia um ardente desejo de colocar novamente a bíblia na língua do povo, em sua terra natal Inglaterra. Sendo descoberto o seu intento pelos homens de Henrique VII., fugiu para Worms, onde a Reforma alemã favoreceu o seu trabalho.

Em 1520 , seu Novo Testamento em língua inglesa foi publicado e contrabandeado para Inglaterra em fardos de mercadorias.

Tunstall, Bispo de Londres, descobriu a manobra, prendeu os possuidores , caçou todos os exemplares que conseguiu e queimou em clima de festa em frente a Catedral de São Paulo, em 1529.

O chefe do parlamento inglês Thomas More, acusou Tyndale de “corromper” e alterar o Novo Testamento , mudando a boa e salutar doutrina de Cristo em heresias diabólicas de sua própria invensão. Comparou a versão de Tyndale a um “vintém de cobre prateado por cima”

Apontava com maiores errros de Tyndale as traduções das palavras:

1.    EKKLESIA: traduzido por “ Congregação”

2.    Á GAPE: traduzido por “Amor’. Ele preferia caridade.

3.    E o fato de ter deixado a palavra “presbítero” sem tradução.

 

Pelo crime de ter vertido a palavra de Deus para a língua do povo, Tyndale foi preso em 1536, estrangulado e depois queimado em estaca pelos famigerados oficiais da igreja romana, que opunham ferozmente á leitura da palavra de Deus.

Antes do último suspiro, esse notável HOMEM DE DEUS orou: “SENHOR, ABRE OS OLHOS DO REI DA INGLATERRA! Três anos mais tarde o rei dizia: “ EM NOME DE DEUS DEIXO A BÍBLIA SER ESPALHADA PELO POVO” .

Apesar deste decreto as bíblias só podiam ser lidas pelo povo nas catedrais., onde permaneciam acorrentadas aos bancos. Assim foram chamadas de “BÍBLIAS EM CADEIAS”.

 

A . 3  - VERSÃO DE CONVERDALE

 

Em 1536, camufladamente estava prontinha a “Versão de Corverdale”, não trazendo destaque, pois tratava-se mais de uma cópia dea “Versão de Tyndale”

 

A . 4 –  VERSÃO DO REI TIAGO (KING JAMES)

 

Foi autorizada pelo rei Tiago e tinha a finalidade de harmonizar todas as versões feitas até então. Com isto ele pretendia uniformizar o culto escocês e inglês que apresentavam discrepências devido a terminologia de cada versão. Seria a única versão autorizada e de uso oficial em todo o domínio inglês. Começou em 1604 com 54 tradutores e terminou em 1611 com apenas 47. Alguns morreram e outros desistiram . cada livro foi criticado em rodízio por todos eles. Os documentos usados para essa versão foram além dos originais a antiga versão de Tyndale. Esta versão tornou-se o texto padrão em todo o mundo de fala inglesa por 350 anos e foi conhecida também com o nome de “VERSÃO AUTORIZADA”.

 

A . 5 – BÍBLIA AMERICANA REVISTA E PADRONIZADA

 

(THE AMERICAN STANDARD REVISED BIBLE)

Com o passar do tempo a terminologia lingüística vai se modificando, exigindo que alguns documentos de uso corrente se atualizem. Foi isto que aconteceu com a versão King James. Muitas de suas palavras tiveram seus sentidos alterados no desenvolvimento da língua inglesa, fazendo-se necessário o aparecimento de um texto mais puro e atual.

83 eruditos ( 51 ingleses e 32 americanos) tomaram parte na formação dessa obra que saiu em 1901. Ela segue basicamente a versão do rei Tiago, corrigindo sempre a linguagem arcaica e sem mais sentido. Como sempre desde que foi publicada tem sido a bíblia oficial dos americanos e ingleses. É um excelente texto muito usado em pesquisas e comparações. É também conhecida com o nome de “TEXTO ANGLO AMERICANO”.

 

2 – A BÍBLIA EM ALEMÃO

 

A versão pioneira do Velho Testamento na Alemanha foi a tradução de Lutero, efetuada em refúgio no castelo de WARTBURG, Saxônia (1521 – 1522).

O Velho Testamento ficou pronto em 1534. até 1580, 72 edições do Novo Testamento e 38 do Velho, já tinham sido postas em circulação na Alemanha. Esta versão recebeu violenta crítica do Vaticano. Um oficial da igreja romana se referiu a Lutero como: “O IMPENITENTE HEREJE, MUTILADOR DO TEXTO SAGRADO DE MANEIRA TEMERÁRIA”.

O detalhe que mais indignou o clero romano foi a tradução de Rm 3:28 que foi feita por Lutero: “CONCLUIMOS QUE HOMEM É JUSTIFICADO SÓ PELA FÉ SEM AS OBRAS DA LEI”. Entretanto os próprios protestantes desaprovaram este “SÓ”  de Lutero, não como algo que mudasse desastrosamente o sentido do texto, mas pelo fato de não constar do original.

Aliás eles não tinham muita autoridade para condenarem a versão de Lutero somente por isto, porque a versão católica de Rheims, publicada na França em 1686, traduz I Cor 3:15 assim: “Ele será salvo, todavia, como pelo fogo do purgatório.” E em I TM 4:1, temos: “O Espírito diz expressamente que nos últimos dias alguns se separarão da fé romana.”

A Versão de Lutero foi tão importante que marcou a época na igreja. Linguagem e literatura do povo alemão.

 

3 – A BÍBLIA EM OUTRAS LÍNGUAS.

 

Evidentemente na medida em que a reforma ganhava terreno no mundo, dezenas de versões em outras línguas foram desaparecendo, tais como; espanhol, holandês, francês, norueguês, húngaro, polonês, russo e até em italiano.

Não nos ateremos na análise destas versões , por considerarmos as versões já analisadas de muito valor histórico, visto terem enfrentado o fogo terrível da oposição romana por estarem , obviamente, em um contexto de pioneirismo.  

Este trabalho permanece contínuo até hoje, com as Sociedades Bíblicas se esforçando dia e noite para que cada povo tenha a Bíblia em sua própria língua.

 

4 –      A BÍBLIA  EM  PORTUGUÊS

 

Algumas tentativas já tinham sido feitas por D. João I ( 1433 ), Gonçalo Garcia de Santa Maria ( 1479 – Jurisconsulto ) e D. Leonor ( 1525 ), no sentido de colocar na mão do povo português, pelo menos a tradução dos evangelhos. Mas, a ditadura religiosa romana sempre bloqueou tal iniciativa.

Em 1628 porem, nascia em Lisboa, filho de pais católicos, um robusto menino que recebeu o nome de João Ferreira de Almeida; Ainda jovem, em visita a Holanda, converteu-se a igreja reformada através da leitura de um folheto em espanhol que lhe causou profunda impressão. Logo depois foi à Bátavia ( Djacarta ) onde entregou-se ao ministério religioso ( Ministro calvinista ) pregando e escrevendo em várias línguas. Foi durante este período que surgiu por sua instrumentalidade a famosa “ VERSÃO  DE  ALMEIDA “. o Novo Testamento completo foi publicado em 1681, e o velho, estacionado em ez.48:21 e complementado por JACOBUS DEN AKKER saiu em 1748. Somente em 1819 foram publicados o Velho Testamento e o Novo em apenas um volume.

Desde então, incontáveis edições de Almeida foram postas em circulação, atendendo sempre as mudanças naturais que ocorrem numa língua no decorrer do tempo.

Atualmente temos a versão de Almeida sendo usada em larga escala como EDIÇÃO REVISTA E ATUALIZADA NO BRASIL.

Apesar das inúmeras modificações feitas, o  texto atual originou-se daquele extraordinário trabalho de um varão de Deus chamado – JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA.

B- VERSÃO DE FIGUEIREDO

 

Para fazer frente á versão protestante, Roma incubiu o PADRE ANTÔNIO PEREIRA DE FIGUEREDO, nascido em Thomar,  perto de Lisboa, em 1725, com a responsabilidade de preparar uma versão em língua portuguesa, tendo como a Vulgata Latina e outros documentos originais. Latinistas, historiador, teólogo e versado em línguas orientais, Figueredo gastou 18 anos de sua vida nesta obra. Apesar disto, sua versão foi submetida a duas revisões antes da publicação. O novo Testamento, como sempre, saiu primeiro, editado em 1778, e Velho, ficou pronto e foi publicado em 1783. A edição contendo os dois testamentos entrou em circulação em 1821. Esta versão tornou-se o texto tradicional dos católicos, mormente porque trazia em sue bojo os livros não canônicos  chamados “ ABOCRIFOS “

C- VERSÃO DE MATOS SOARES

 

Em 1932 o Padre Matos Soares recebia do Vaticano uma carta pontifica apoiando e endossando a publicação de sua obra,, que trazia como novidades de pequenos comentários abonando a doutrina Romana, em parênteses e rodapés. foi totalmente baseada na Vulgata Latina e tem –se dito que é a versão mais popular entre os católicos.

D – TRADUÇÃO BRASILEIRA

 

Em 1902 já havia no Brasil um excelente movimento evangélico. Todavia as bíblias usadas aqui, era versões feitas em português original arcaico ( Versão  Almeida ). Por isso, a sociedades bíblicas ( Britânicas e Américana ) que funcionava no Brasil se reuniram e nomearam uma  comissão para traduzir diretamente os originais, uma nova versão em português atualizado e falado no Brasil. Essa comissão ficou composta de três missionários de juntas estrangeiras operando no Brasil e mais seis eruditos evangélicos da época  que também eram pastores. Além destes, aceitou-se a contribuição de vários pregadores leigos, bem como de eminentes educadores brasileiros. A direção geral deste trabalho ficou a cargo do Dr. H.C. Thucker. usando manuscrito melhores do que o de Almeida e lançando mão de todas as técnicas modernas de investigação bíblicas, esta comissão iniciou seu árduo trabalho. O Novo Testamento completo foi publicado em 1910. e a bíblia inteira em 1917. Esta versão foi considerada magnifica por vários. Entretanto deixou de ser publicada por questão  de preferência do povo que continuava agarrado á versão Almeida. Que ficou claro, que a resistência á versão Brasileira se deu puramente por questões  preconceituais ou  psicologicas, jamais por problemas ligados ao texto. Para que tenhamos idéias, em 1956, de cada 100 bíblias vendidas a versão Almeida ganhava a preferencia em 92. isto é , apenas oito pessoas exigiam a tradução brasileira. Apesar de há muitos não ser mais reeditada. Alguns volumes ainda são encontrados em poder de estudiosos da escritura e em biblioteca de entidades religiosas.

E – A BIBLIA  DE  JERUSALEM

Originalmente apareceu primeiro em francês e foi produto dos esforços do frade Dominicano JOSEPH MARIE LAGRANGE, exegeta de renome internacional fundador da Escola Bíblica de Jerusalém, que tem como objetivo investigar assuntos bíblicos.

Em 1973 a obra era lançada pelas edições Paulinas em língua portuguesa com propaganda de excelente versão. A comissão responsável pela tradução afirma que alem do texto francês original, utilizou-se também dos melhores manuscritos existentes. Apesar disto, muitos acreditam que a versão em português teria vindo apenas do original francês.

Ela tem uma linguagem bastante peculiar e seu maior destaque está na abundância de valiosas notas de rodapé.

F –  BIBLIA  NA  LINGUAGEM  DE  HOJE    NT

Tudo começou em 1964 quando o Dr. Roberto Bratcher, brasileiro nascido em Campos, RJ, especialista em lingüística, especificamente em grego, recebeu convite da Sociedade Bíblica Americana para fazer uma versão do NT em linguagem de hoje- ( Inglesa ).

havia um descredito geral quanto ao empreendimento, visto que outras versões já haviam fracassado diante das insuperáveis King James e American Standard Biblie.

Após mais de três anos de labor intensivo, O Dr. Bratcher terminou sua obra que recebeu o seguinte título:” GOOD NEWS FOR MODERN MAN “( Boas novas para o homem de hoje. )

A primeira tiragem constou de 150 mil exemplares no ano de 1967. Havia uma grande expectativa com respeito a reação do povo em relação a obra pois a linguagem era a mesma que os americanos usavam em suas casas e nas ruas. Mas aconteceu o imprevisto: Esta primeira edição esgotou-se em dois meses. Outras se seguiram imediatamente e naquele ano a tornou-se o Best- Seller. com a venda de 7.800.000 exemplares.

Em 1968, manteve ainda p primeiro lugar em consumo com 7 milhões de exemplares vendidos  em 1969 com 5.500 milhões continuava como Best Seller

Em 1972, atingira a marca de 40 milhões de volumes vendidos e tornou-se o maior  Best- Seller de todos os tempos no país, superando “ Child Care “ em cerca de 20 milhões de volumes.

Quase que simultaneamente houve versões em linguagem de  hoje para o Espanhol, francês, alemão, alcançando surpreendente o mesmo sucesso.

Em 1973, por ocasião do seu jubileu de prata, a Sociedade Bíblica do Brasil colocou também nas mãos dos brasileiros uma edição  do Novo Testamento na linguagem de hoje. A tradução foi feita em quatro anos por uma comissão eminentes protestantes chefiados pelo próprio Dr.Bratcher. O texto grego adotado foi o famoso “ The Greek New Testament “, considerado o melhor texto grego para tradução. 200 mil exemplares foram publicados naquela época esgotando-se num  prazo de três meses.

Muitos estudiosos enviaram a SBB sugestões e criticas, dando margem a rigorosa revisão onde centenas de correções foram feitas no afã  de melhorar o texto da linguagem de hoje. Edições cada vez mais aperfeiçoadas continuaram saindo e se esgotavam rapidamente, pois a linguagem fácil promovia uma aceitação  muito grande do famoso livrinho, que continua bastante procurado até hoje.

As 200 ilustrações que aparecem na obra são da artista suíça ANNIE VALTON são originarias das versões inglesas, entretanto, também estão sendo usado nas versões em português.

CRITICA Á LINGUAGEM DE HOJE

Como não podia deixar de ser, a critica, tanto especializada como voluntária se ocupou largamente desta obra, estabelecendo obviamente pontos negativos e positivos. Ei-los:

A . 1 – NEGATIVOS

*Recebeu aprovação da CNBB em 15 de junho de 1973, recomendando-o a todo povo católico de língua portuguesa.*Foi apelidado de ‘ VERSÃO ECUMÊNICA “ *Teria dado ao ladrão e homicida o nome de Jesus Barrabás.  *Não passava de uma fraca paráfrase ( tradução livre que vai além do texto) , cheia de gíria e distorções.

*Confunde dom natural com dom espiritual.

 

A . 2 – POSITIVOS

 

*Contém apenas cerca de 2 mil palavras diferente, que é relativamente o vocábulo de todo brasileiro de 1° grau. A tradução Revista e  Atualizada contém 9 mil vocábulos.

*Na época de Jesus haviam 2 gregos: o ´Clássico e o Koiné. Porque não temos essa mesma mensagem em português ou Koiné?

*O texto ficou visivelmente ao alcance de crianças.

*Há explicações de palavras, tais como: “Fariseu”, “Sinérdio”, “Justificação”, “Eleitos”, “Redenção” , “Batista”, etc.

*Há valioso câmbio de pesos, medidas etc.

*Expressa um verso de um modo ainda não percebido.

*As frases são mais curtas e menos complexas.

*Prima em registrar a linguagem falada e não a escrita.   

 

NOSSO PARECER

 

Não podemos negar o fato de que existem versões melhores do que outras. Entretanto , não existe uma que seja rigorosamente PERFEITA. Pessoalmente somos do parecer que todo estudante da bíblia precisa ter em mãos todas as versões que puder adquirir, em língua pátria ou em outra inclusive a discutida “LINGUAGEM DE HOJE”. Cremos outrossim, que tal pessoa terá do próprio Espírito Santo uma iluminação especial que lhe dará condições de harmonizar as possíveis arestas.

 

VI – COMO A BÍBLIA CHEGOU AO BRASIL

 

Sem dúvida este é um assunto difícil de ser explanado, mormente em termos de minúncias. Todavia, daremos em ordem cronológica os principais eventos que culminaram com a plena disseminação do Livro Sagrado em nossa pátria.

-         1500: Descobrimento do Brasil sem a bíblia.

-         1557:  Os huguenotes ( calvinistas franceses), fugindo da perseguição romana chegam na Guanabara com bíblias e são trucidados na ilha de Willegagon.

-         1807: D. João VI, fugindo de Napoleão, chega ao Brasil trazendo em sua bagagem um dos exemplares de Gutemberg. Esta bíblia não sai de sua biblioteca por nada. Este exemplar continua no Brasil, na Biblioteca Nacional do Rio.

-         1822: O Brasil se torna Império. As Sociedades Bíblicas Britânicas e Estrangeiras enviam ao Brasil 2 mil bíblias e Novos Testamentos. São descarregados em Pernambuco mas, o povo não tem acesso a elas, por não está na lista dos livros autorizados pela coroa.

-         1837: Um missionário metodista distribui bíblias nos maiores centros do Império. Seu nome era Kidder,

-         1855:  Chegam os primeiros missionários ao Brasil. Robert Kalley e a esposa, desenvolveram grande esforço na divulgação da Escritura.. Neste ano é fundada a primeira Igreja Evangélica Brasileira.

-         1856: É fundado no Rio o primeiro depósito da Sociedade Britânica de Bíblia, fazendo circular em dois anos, 12 mil volumes. O realizador desta obra foi o missionário Richard Corfield.

-         1876: 20 anos depois aparece também no Rio a Sociedade Americana para distribuição de bíblias.

-         1881: O Imperador D.  Pedro II recebe de um pastor congregacional de nome J.M. Santos, uma bíblia com encadernação especial. Este volume continua na biblioteca Nacional do Rio.

-         Observa-se uma troca muito interessante de bíblias; em áreas rurais onde não ahvia muito dinheiro, elas eram trocadas por bananas, peles de animais, papagaios, macacos, porcos, tartarugas, borracha, melão, etc.

-         1940: A procura pela bíblia tornou-se imensa. Os estoques da Sociedade Britânica esgotaram. Não haviam recursos de reposição pois os ingleses estavam em guerra com o Oriente.  Por isso a Missão Batista do Sul do Brasil, em sua assembléia de 2 de junho  de 1940 ,votou a criação de uma entidade para imprimir e distribuir a bíblia no Brasil. Surgindo assim a IMPRENS BÍBLICA BRASILEIRA. Em 14 de julho de 1942 teve os estatutos aprovados e registrados. Em 25 de junho de 1943 a primeira edição estava no prelo, saindo em 1944 para as mãos do público. Temos então o início da impressão bíblica no Brasil.

-         1942: As duas sociedades(Britânica e Americana) se fundem em reunião pública de culto, com mais de 3 pessoas.

-         1948: Depois de 4 séculos da chegada dos calvinista, é organizada a Sociedade Bíblica do Brasil a 10 de junho na 1ª Igreja Batista do Rio de Janeiro. Seu primeiro presidente foi César Dacoroso Filho.

-         1962: desde essa data , a SBB vem ocupando o 2° lugar no mundo na distribuição de bíblias.

-         1965:  O Mal. Castelo Branco, presidente do Brasil. Conferiu ao SBB o título de UTILIDADE PÚBLICA,pelo decreto lei 57.171.

-         1966: A SBB foi registrada no Conselho Nacional de Serviço Social, sob o N° 27.499,  pelo Ministério da Educação e Cultura.

-         1971: De 1948 a 1971 foram distribuídas no Brasil 81.466.772  bíblias. Um gigantesco trabalho da SBB que só a eternidade revelará o mérito.

-         1972: é inaugurado o EDIFÍCIO DA BÍBLIA em Brasília, no dia 26 de julho. Ocasião em que recebeu a visita do presidente Emílio G. Médici.

-         1973: Jubileu de Prata da SBB (25 anos). Nestes 25 anos foram distribuídos cerca de 100 milhões de exemplares do Texto Sagrado.

-         1981: A tarefa ainda não está cumprida. Enquanto houver gente nascendo bíblias e mais bíblias terão de ser espalhadas pelo mundo, pois sem o extraordinário “MANUAL DO FABRICANTE”, o homem desgraçadamente tateia na escuridão do “sombrio vale da morte.”

 

 

VII – AS SOCIEDADES BÍBLICAS

 

Não poderíamos deixar de dar uma palavra em separado sobre estas importantes entidades.

Antes da reforma ( executando-se a aventura de Wycliff – 1380), o Texto Sagrado era de propriedade exclusiva do clero romano. O povo em geral só tinha contato com a bíblia de modo indireto. . isto é, nas leituras feitas em missas pelo padre. Nenhum leigo tinha acesso direto ou podia possuir sua própria bíblia.

Após a Reforma (1517), William Tyndalle (1520) e Lutero ( 1534), ousadamente colocaram bíblias em inglês e alemão. Outros países abraçaram a Reforma fazendo-se necessário versões naquelas línguas.

As versões feitas individualmente, com ofertas voluntárias, jamais atendendo as necessidades de cada país. . foi assim que surgiu a idéia da Sociedade Bíblica, que com maiores recurso se incubiram em publicar o Texto em abundância, em língua d própria pátria, como também em outras línguas de povos sem condição de levarem a cabo uma versão ou impressão.

A SOCIEDADE BÍBLICA BRITÃNICA, foi fundada primeiro em 1804, logo depois veio a SOCIEDADE BÍBLICA AMERICANA, em 1916. Estas duas entidades abriram filiais nos quatro cantos da Terra. Não medindo esforços pra colocarem a bíblia na mão de qualquer povo. No Brasil, Britânica e Americana chegaram respectivamente em 1856 e 1876. Se o grupo evangélico do país se tornava capaz de assumir a responsabilidade de produção, estas entidades partiram para a disseminação bíblica em outra parte.

Roma Papal ficou indignada com tal iniciativa. Vejamos o que alguns papas declararam sobre as Sociedades Bíblicas:

-         PIO VII ( 1800-20)

“ São instrumentos do diabo que visam minar os fundamentos da religião”

-         LEÃO XII (1821-29)

“... pastagens venenosas, próprias para aniquilarem os ignorantes.”

-         PIO VIII (1829-30)

“ ... geradores de veneno que produz a morte”

-         PIO IX ( 1846-78) ( Bula da infabilidade)         

“ As Sociedades Bíblicas , que renovando o antigo hábito dos heréticos, não cessam de impingir suas bíblias a todos os homens, mesmo aos incultos; livros que tem sido traduzidos em contravenção às leis da igreja, e abrigando com frequência , lições falsas, assim repudiando as tradições divinas, os ensinos dos padres e as autoridades da igreja.”

-         LEÃO XIII (1876- 1903)

Colocou na lista de livros proibidos as versões da sociedade Bíblica.

-         PIO X – ( 1903 – 14)

“ ... entidades adulteradoras da Palavra de Deus.”

-         BENTO XV – ( 1914 –22)

 

Inclui no Direito Canônico um parágrafo que dizia: “ proíbe-se a publicação do Texto Bíblico ou qualquer versão em versículo, sem a permissão do “ Sumo Pontifície”, ... “Posteriormente o cardeal Wiseman do Vaticano deixou bem claro o posicionamento daquele órgão sobre a distribuição de bíblias. “Não distribuímos a Palavra de Deus indiscriminadamente, porque o próprio Deus não fez assim. Ele não fez da leitura parte essencial da constituição do homem, nem uma faculdade congênita, nem uma cláusula da salvação, nem uma condição de cristianismo. A audição é que Deus fez para tal.”

VIII- COMO LER E ESTUDAR A BÍBLIA

Por incrível que pareça o povo de Deus hodiernamente é quase que analfabeto de bíblia. Raríssimo são os filhos de Deus que possuem um domínio razoável da Escritura. Muitos que se gabam conhece-la, são doutores apenas da letra morta ( II Cor 3:6) nada sabem do seu espírito. São os Nicodemus de hoje, ( Jo 3:10).

A famosa escola Dominical , criada com o objetivo de dar conhecimento bíblico ao povo, deturpou-se e o muito que tem feito é formar mentes denominacionais. Seus alunos na maioria, passam a vida inteira circulando no rudimento da Escritura e bem poucos se formam recebendo diploma de “Honra ao Mérito” por haver decorado o Sl 23 e Jo 3:16. Este não é o quadro que o Senhor deseja para os seus filhos em relação a bíblia.

O salmista dizia: “Quanto amo a tua lei!”. É A MINHA MEDITAÇÃO TODO O DIA (Sl 119-97). Rosallee M. Appleby em seu livro: O Ensino da Palavra, declara: “Lêde-a com meditação para serdes sábios , crede nela para serdes salvos, praticais seus ensinos para serdes santos.”

Não é por acaso que um dos dons dado a Igreja é o de Mestre. A finalidade deste elemento é saturar o povo de Deus de bíblia.

Muitas igrejas compram centenas de bíblias e distribuem com seus membros e com incrédulos. Os pais crentes colocam bonitas bíblias nas mãos de seus filhos. As Sociedades Bíblicas despejam milhares delas pelo mundo afora. Todavia, enquanto o povo não se preocupa em estuda-la , satanás se mantém perfeitamente tranqüilo.

É por isso que nos preocupamos em deixar com os irmãos neste final de curso, algumas sugestões que poderão ajuda-los na leitura e no estudo da palavra de Deus. Ei-las:

1)    APROXIMAR DELA CRENDO QUE É A INFALÍVEL PALAVRA DE DEUS.

 

A própria escritura diz: “ Outra razão ainda temos nós para incessantemente dar graças a Deus: É que tendo vós recebido a palavra que de nós ouviste, QUE É DE DEUS, a colhestes NAÕ COMO PALAVRAS DE HOMENS , e sim como em verdade é a PALAVRA DE DEUS, a qual com efeito, está operando efizcamente em vós os que crestes”( I Tess 2:13).

Se alguém se aproxima dela com dúvidas  quanto a isso, está dando o primeiro passo na análise do texto Sagrado de modo tremendamente infeliz. Satanás vai lhe dizer que você não pode fazer isso porque muitas coisas que estão ali você não entende. O fato de não entender tudo não deve diminuir a sua fé seu respeito pelo Santo Livro. Além do mais durante este curso observamos tantas provas que nada temos a duvidar sobre a divina origem da bíblia. Se você de início mostra essa fé na Escritura, o temor do Senhor lhe está diante e ele é o “PRINCÍPIO DA SABEDORIA”

2)    APROXIMAR-SE DELA COM ESPÍRITO DESPRECONCEITUADO

 

A maioria dos estudantes da bíblia, principalmente  deste século, analisa a escritura , simplesmente com o mesquinho espírito de defender seu grupo a princípios doutrinários. Tentam vergonhosamente adaptar o Texto Sagrado às suas idéias. Outros estudam-na com intuito de usa-la contra terceiros, jamais em suas próprias vidas. Para esses “estudantes” a bíblia permanece sempre fechada.

Alguém já disse: “ Não faça de sua bíblia uma arma , a vítima pode ser você.”

3)    TER EM EMNTE QUE NÃO É UM MANUAL DE CONSELHOS

 

Há uma fundamental diferença entre conselho e mandamento. Os cristão em geral tem lido a bíblia como um manual de conselhos. É UM GRANDE LIVRO DE MANDAMENTOS. Alguém já anotou mais de mil mandamentos apenas no Nt.

Se uma pessoa rebelde de coração , não esta disposta a obedecer , não tirará grande proveito do estudo bíblico.

4)    ORAR PEDINDO ILUMINAÇÃO AO SENHOR.

 

Uma vez ouvi um pregador dizer: “Neste livro sou doutor”. Creio que não foi uma declaração feliz. O único doutor na Escritura é o próprio Espírito santo, foi Ele que a inspirou. Somente Ele conhece plenamente todos os propósitos de Deus.

Antes pois de ler ou estudar a bíblia, ore a Deus para que Ele ilumine você através do Espírito Santo nos seus profundos mistérios.

5) TER EM MÃOS SUBSÍDIOS IMPORTANTES

 

São aqueles elementos secundários que com o apoio dos primários muito lhe ajudarão no entendimento da Escritura. Vejamos alguns:

A – Ter em mãos a melhor versão possível;

B – Usar bem mais de uma versão no estudo. Inclusive estrangeira se conhecer alguma outra língua;

C – Consultar princípio fundamentais de interpretação bíblica num compêndio de Hermenêutica;

D – Contar com uma boa “Chave Bíblica”;

E – Com um bom dicionário da bíblia;

F – Um comentário da bíblia não pode ser esquecido;

G – Consultar outros livros sobre o assunto;

H – Tenha ao lado um excelente dicionário da língua pátria;

I – Arme-se com canetas azul e  vermelha para anotações em caderno ou diretamente no texto.

OBSERVAÇÃO; Quanto ao material extra bíblico a ser consultado , a própria bíblia dá critério de comparação: “Examinai tudo. Retende o bem.” ( I Ts 5:21).

Tendo observado os detalhes preliminares, o irmão já pode começar o estudo da bíblia. Deixamos como sugestão àquele que pretende estudar a bíblia, estes tr~es passos que nos parecem lógicos e que evita a complexidade apresentada por muitos autores nesta área. Vejamo-las:

A – Dar uma leitura em toda a bíblia de modo corrente. -  Em caso de impossibilidade , a opção prioritária de leitura deve ser do Novo Testamento.

B – Proceder um estudo sistemático em cada livro. – Antes do estudo fazer uma leitura corrente do livro a ser estudado. Quanto a opção prioritária de estudo, ainda deve ser dos livros do Novo Testamento. Estude pela ordem a partir de um dos evangelhos. Isto é, não estude Efésios antes de Romanos.

C – Proceder estudos em toda a bíblia sobre estudos fundamentais. – Tais como:

 

•Deus;  Fé; Anjos; Arrependimento; Homem; Regeneração; Pecado; Justificação; Salvação;                                 Adoção; Santificação; Glorificação; Igreja; Ministérios; Juízo Final; Céu; Inferno.

Temos certeza de que se o irmão abranger esses três aspectos, como todo o zelo que eles requerem , receberá do Espírito santo um excelente visual de todo panorama bíblico, e principalmente terá conhecimento do magestroso propósito de Deus para o homem e o belíssimo universo que ele criou.

IX – CONCLUSÃO

Aqui terminamos o nosso curso. Evidentemente não esgotamos o assunto nem  foi o nosso objetivo fazê-lo, visto tratar-se de uma matéria de enciclopédia proporção. De uma coisa porém queremos que vocês alunos absoluta certeza. Colocamos o nosso coração nesse trabalho. Ele foi produzido com muito amor por algumas fundamentais razões que desejamos destacar:

-         Era,  e é a ocupação que temos grande prazer em desempenhar;

-         O temor do Senhor esteve sempre diante de nós no decorrer deste trabalho;

-         Estávamos colaborando diretamente com a formação de futuros obreiros para  a Grande Seara do Eterno;

-         Agradecendo a Deus por essa grande oportunidade que nos deu para serví-lo nesta tarefa, rogamos que ela possa ser útil em sua monumental obra, e, evidentemente que ninguém se esqueça disso:Toda Honra, Mérito, Dignidade e Glória pertencem Aquele que é a origem e manutenção de todas as coisas – O PAI ETERNO.

  

 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 

OLIVEIRA, Aguiar Porto de, Apostila de Introdução a Bíblia. Belo Horizonte,16 de março de 1982. 

 

 

SEMINÁRIO TEOLÓGICO EVANGÉLICO LOGOS - STEL

CURSO: BÁSICO E MÉDIO EM TEOLOGIA

DISCIPLINA:  INTRODUÇÃO À BÍBLIA