quinta-feira, 17 de outubro de 2013

PROGRAMA DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE MAGISTRADO E SERVIDORES - PALESTRA SOBRE O ECA


Marcio Gil de Almeida
Teólogo e Pedagogo

Ocorreu no Fórum de Itapetinga, no auditório da OAB, no dia 11 de outubro de 2013, palestras sobre a temática: ECA. Organizadas e promovidas pelo Tribunal de Justiça da Bahia e IDP. Teve  como coordenadora, aqui em Itapetinga, a Drª Liliane Araujo. Os oradores foram o Dr. João Batista Saraiva - Juiz e a Drª Joice Diniz - Juiza

Estas palestras fazem parte de uma formação continuada para magistrados e servidores.

Dr. João Batista Saraiva - Juiz

Para o Dr. João, a pessoa que deseja ser Juiz da Infância é necessário algo a mais. No entender do mesmo é preciso ter as qualidades de sensibilidade e atitude. Ele citou uma frase de outro juiz: “Em baixo do papel existe uma criança”. O Juiz, Dr. João, informou que o regime aberto é responsabilidade do município e a Internação na Bahia, só existe em Salvador e Feira de Santana.
O Dr. João Saraiva comentou que o adolescente e a criança é prioridade absoluta. Explicou que a Doutrina da proteção Integral dos Direitos da criança está presente no ECA e foi um resultado da Convenção Internacional dos Direitos das Crianças 1999, da Convenção Sobre os Direitos da Criança etc.

No Brasil, no século XIX, as crianças de 7 anos chegaram a ser presas. Neste mesmo século houve a invenção do “menor” para tirá-lo do código penal. Ele era incapaz. Agora não é mais “menor”, é criança e adolescente em desenvolvimento, sujeito de direito. Segundo o Dr. João Saraiva, o ECA apenas normatizou a democracia familiar que desenvolveu no Séc. XX. O ECA, conforme o palestrante, reconheceu o sujeito de direitos e não tira responsabilidade. Justiça de direito e deveres proporcionais com proteção devidas por meio de direitos especiais.

A percepção de tempo é mais rápida para a pessoa mais velha e mais lenta para a pessoa mais nova. Três anos em quinze representa 20% da vida. A brevidade é um princípio. O tempo de um processo é diferente em relação ao tempo de vida.


Drª Joice Diniz - Juiza

A Drª Joice trabalhou mais no aspecto prático. Mostrou fotos e deu explicação diversas sobre a realidade atual. Segundo a Drª Joice, até 2012 a Secretaria dos Direitos Humanos não sabia quantos adolescentes estavam internados no Brasil, nem quantas unidades de internação existiam e nem tão pouco quais eram as suas condições. Depois da contagem, em 2012, foram descobertas 320 unidades de intenação e nenhuma estava dentro dos padrões exigidos. A situação em certas unidade eram gravíssima e até os critérios de avaliação das unidade eram confusos. Foi constatado 17500 adolescente internados.

Houve o consenso entre os palestrantes que as reclamações quanto a idade penal, visando a diminuição para 16 anos de idade foram gerados pelas ineficazes e incompetentes políticas públicas.








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