sexta-feira, 12 de outubro de 2018

A raposa e o corvo - Fedro

Quem gosta de ser elogiado com palavras enganosas, quase sempre passa por arrependimento vergonhoso.

Estava o Corvo em uma árvore muito inclinada, segurando um pedaço de queijo  em seu bico, que havia furtado em uma janela. Uma raposa que viu o queijo, queria pegá-lo para si. Ela se aproximou do Corvo e começou a lisonjear o pássaro com as seguintes palavras: 


-Corvo como tu és lindo e as tuas penas brilham! Essa é a beleza que ostentas em seu corpo, e em seu rosto. Se com tua voz pudesse cantar, não haveria ave que pudesse se comparar ao senhor. 


Quando o Corvo exibiu sua voz, caiu do seu pico o queijo, o que prontamente a raposa abocanhou o pedaço de queijo entre os dentes com muita fome, astucia e desapareceu na mata.

O Corvo percebeu o quanto foi estúpido e que fora enganado pela sua própria vaidade.

Moral da estória: Não há vantagem na ingenuidade e que em qualquer caso melhor a habilidade do que força.


Caio Júlio Fedro (latim: Gaius Iulius Phaedrus), viveu no séc. I d.C. (30/15 a.C. – 44/50 d.C.) foi um fabulista romano nascido na Macedônia, Grécia. Introduziu o gênero fábula na literatura romana. Suas histórias mostram, através da sátira, sua revolta contra as injustiças e o crime.
Adaptação: Marcio Gil de Almeida