domingo, 26 de janeiro de 2014

Compreensão Ou Incompreensão Teológica das Tradições Religiosas


 TRABALHO DE METODOLOGIA DA PESQUISA


POR


Marcio Gil De Almeida

Monografia apresentada em  cumprimento às exigências da matéria metodologia  da pesquisa, do curso de mestrado em teologia. Área: Ciências Sociais da Religião, Ministrada pela FASTE -
FACULDADE SUL-AMERICANA DE TEOLOGIA.



ANO 2001



INTRODUÇÃO:




     O universo teológico é incrível nas suas reflexões. As reflexões  nos enriquecem , pois promovem em nós crescimento  intelectual e espiritual. Acreditamos que compreender é um desafio perigoso. Quando compreendemos corretamente somos iluminados, quando não compreendemos  corretamente, somos escurecidos pela incompreensão. Contudo, não podemos lançar fora este desafio por causa do perigo, devemos arriscar, pois arriscar é pertinente a fé.
     O texto que recebemos  para esta monográfica é encantador, todavia  não significa  que fomos  encantados, seduzidos e levados. Ele nos mostra  uma compreensão   adversa do meio evangélico. A visão das religiões não-cristãs, consente um status de aprovação acerca da salvação  e da inspiração dos escritos  sagrados, totalmente fora da realidade bíblica-evangélica. O mistério pascal é apresentado como participativo  das tradições religiosas não-cristãs. As outras religiões também tem livros inspirados por Deus. Será isto uma compreensão ou incompreensão  teológica  das tradições religiosas? É o que vamos ver nesta reflexão de fé.




ÍNDICE





INTRODUÇÃO................................................01


COMPREENSÃO OU INCOMPREENSÃO TEOLÓGICA DAS TRADIÇÕES
RELIGIOSAS ...............................................02


CONCLUSÃO.................................................05


BIBLIOGRAFIA..............................................06



Compreensão Ou Incompreensão Teológica das Tradições Religiosas

     Uma compreensão teológica é participativa do tradicional e do novo, do perfeito e do imperfeito, levando nos a uma conclusão  de que autenticidade  nem sempre quer dizer veracidade. O que passaremos  a refletir sobre o tema compreensão ou incompreensão teológica  das tradições religiosas  em antagonismo ao texto teológico: Compreensão teológica das tradições religiosas.
      A revelação e a realização  do plano universal de Deus  são amplas, todavia não podem ser contraditórias. O plano de revelação salvífico de Deus, se estabeleceu e se estabelece  num processo progressivo desde do Gênesis até o Apocalipse, início e fim da história humana. Deus já mostrou  que o único caminho, verdade e vida para a salvação  estão em Cristo,  não  estão em religiões pagãs que contradizem  a fé  cristã. Isto,  não quer dizer que não haja  alguma verdade nestas religiões, no entanto é  incoerente o acreditar  que estão engajados no plano salvífico de Deus, trazendo salvação para os homens no Cristo Cósmico, que é real, pessoal e soberano.

     Não podemos caminhar na vereda  de uma compreensão teológica que contradiz as Escrituras  Sagradas. O nosso ponto de partida de compreensão teológica deve ser, prioritariamente a Bíblia, depois  os outros elementos constitutivos  duma visão teológica. A verdade é, a reforma protestante toma como base para toda reflexão teológica As Escrituras Sagradas, enquanto a Igreja Católica sempre teve dificuldades de seguir esta visão. Um grupo cristão que tem como Revelação de Deus: a Bíblia, a palavra do papa(líder), as tradições e a sua escolástica; jamais irá chegar à mesma compreensão teológica que os evangélicos professam. 
Quando entendemos que fé, constitui-se de elementos compreensivos duma teologia própria, é difícil considerarmos uma religião  não-cristã, como instrumento de Deus para a salvação do homem. Religião  não-cristã, continua não cristã e a sua  terminologia não faz diferença alguma. Mudar terminologia sem mudar conteúdo é ilusão inconseqüente.

  “O Vaticano II nos oferece a base para a formulação acima: “Essas religiões.. .não raro refletem uni raio daquela verdade que ilumina todos os homens”, a saber, de Cristo, caminho, verdade e vida. Se somos cristãos, conhecemos o Cristo; podemos e devemos também reconhecer o Cristo onde quer que ele esteja. Se somos realmente cristãos não contestaremos esse reconhecimento. Por isso é que nos pedem, pelo próprio fato de sermos cristãos, de “no testemunho da fé e vida cristã, reconhecermos, preservarmos e promovermos os bens espirituais e morais encontrados entre esses homens, bem como os valores de sua sociedade e sua cultura”

     Os princípios aqui colocados pelo Vaticano II estão corretas e incompletas, levando a uma interpretação equivocada, produzindo  uma aplicação inexata. A relevância da revelação histórica judaica-cristã, não deve ser tirada  como principio primordial para um posicionamento teológico, pois isto pode nos levar a caminhas enganosos   e auto-destrutivos para nossa fé e igreja de Deus.

A realidade do vinculo com o mistério pascal — o evento do Cristo salvífico — “vale não só para os cristãos mas para todos os homens de boa vontade, em cujos corações a graça trabalha de modo invisível. Porque, uma vez que Cristo morreu por todos os homens, e uma vez que a vocação suprema do homem é, de fato, única e divina, devemos crer que o Espírito Santo, de um modo que só a Deus é conhecido, oferece a todo homem a possibilidade de se associar ao mistério pascal”

     Não podemos nos esquecer de princípios, tais como: arrependimento, conversão, confissão; para a salvação do homem.  Estas pessoas que  estão nas religiões não-cristãs , estão consciente, crentes em sua doutrina e vivenciando um estilo de vida peculiar à sua fé. Não são pessoas na ignorância total. Necessitam de arrependimento, conversão  e confissão  para serem salvas. No entanto, não podemos ser totalmente fechados para esta questão, quanto aos que estão na total ignorância. A questão da religião ser não-cristã, não é relevante, como diz o texto do acima: “...devemos crer que o Espírito Santo, de um modo que só a Deus é conhecido, oferece a todo homem a possibilidade de se associar ao mistério pascal..” Na Epistola aos Romanos, o apóstolo Paulo, afirma o seguinte: “...Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei;Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os...” Esta possibilidade está nas mãos de Deus; nas nossas mãos está o evangelho da salvação para ser proclamado a todo homem.


“...Não basta dizer que Cristo está ativamente presente neles: temos que deduzir de que maneiras essa presença se torna realidade. As tradições religiosas podem ser definidas como ‘qualquer conjunto de crenças e práticas que incorporam os supremos valores do homem, e às quais ele se entrega com fé e com a esperança de encontrar por meio delas a sua plenificação final’. Tendo corpos e vivendo em sociedade podem as pessoas entrar em contato com Deus e corresponder a ele, e deste modo só alcançam a salvação através dos fenômenos históricos-socios-religiosos ‘no contexto de suas tradições religiosas’. Por outras palavras, as crenças e práticas devem originar-se de Deus. Logicamente concluímos daí que a realidade da revelação é possível nas suas situações religiosas e de vida; a sua Escritura deve ser inspirada deste ou daquele modo (analogicamente, pelo menos), e as suas práticas religiosas (e.n. as samaskaras no Hinduismo) podem ser meios visíveis de salvação: devem-se conceder e reconhecer neles, num sentido ou outro, a revelação, a inspiração e a salvação se nos abrirmos às declarações do Vaticano 11 e somos coerentes com elas. E o que afirmamos em Nagpur: ‘As diversas escrituras e ritos sagrados das tradições religiosas do mundo podem ser, em graus diversos, expressões de uma divina manifestação e serem úteis à salvação...”

     Apesar de parecer  que esta compreensão teológica  em que se reconhece a inspiração  divina nos escritos das religiões não-cristãs, ser muito mais ampla  na relação  revelação-tradição, Deus-homem, ela nos diz que a fé cristã e a Bíblia, judaica-cristã, são apenas mais uma religião  e mais um livro sagrado dentre muitas religiões. Esta revelação universal nos escritos religiosos se mostra contraditória, pois são vários os caminhos a serem seguidos. São SOTORIOLOGIAS diferenciadas que não comungam da mesma fé e natureza. Elementos e intenções coincidentes são natural ao homem que busca o caminho correto, sem significar que estão no caminho correto. Quando o homem está num caminho, num caminho não estar só, está acompanhado dum contexto, dá sentido e vida ao mesmo; isto é comprometedor. Deus procura verdadeiros adoradores cristocêntricos que depositam a fé na verdadeira revelação de Deus: As Escrituras Sagradas.
     Podemos ter boas relações com outras religiões, sem contudo negar a nossa fé e aprovar caminhos tenebrosos. Sempre estamos sujeitos ao erro e o erro é possível a qualquer instante, contudo quando usamos tradições, culturas e filosofias ao invés das Escrituras Sagradas como ponto de partida e guia nas reflexões teológicas, cometemos um grande equívoco na compreensão teológica. . A revelação base é a Bíblia e da Bíblia tiramos a compreensão teológica mais adequada.
     Com tanta incompreensão teológica não faz sentido a evangelização. Quem vai querer arriscar  a vida para evangelizar os mulçumanos apenas para trazer mais profundidade no conhecimento da salvação  em Cristo, se todos já estão salvos? Quem?  Nós não queremos ampliar o status quo  salvífico  dos outros, queremos  que haja arrependimento, confissão, conversão e salvação  verdadeira em Cristo. A evangelização é uma necessidade sem igual, porque não há outro caminho de salvação que não seja Jesus Cristo, acompanhada de arrependimento, confissão, e conversão em Cristo Jesus.   


CONCLUSÃO:



     Uma forma  de pensar interessante, deve ser examinada com atenção e com imparcialidade. Uma forma de pensar diferente, não quer dizer que ela estar errada. Esta visão teológica é muita arrojada, o que faz do teólogo um pensador magnífico. No entanto, equívocos podem acontecer com qualquer teólogo. Este um é caso possível de equivoco teológico. Como pode acontecer um engano tão magnífico com conseqüências tão desastrosas para fé cristã? Está Deus entrando numa confusão soteriológica ou foi o homem que a gerou? Esta compreensão teológica das tradições religiosas não é aplausível; pois ela se  perde e se contradiz como compreensão da revelação salvífica de Deus e inspiração de livros sagrados. A fé compreende vários  aspectos e um deles é a coerência.  Podemos ver que as religiões não-cristãs possuem elementos positivos e esses elementos não as fazem instrumentos  do mistério pascal ou as tornam em meios diferenciados de salvação. As suas doutrinas não concordam com o cristianismo, tão pouco, elas concordam entrem si. Os seus livros não são inspirados e se são, estamos na carreira cristã-bíblica em vão. A máxima popular que diz: “todos os caminhos levam a Deus” é pertinente a este documento teológico que a nós fora exposto; ainda que não haja uma declaração escrita de forma tão clara. Só há um caminho, uma verdade e uma vida: Cristo Jesus. Só há uma forma de estarmos neste caminho, nesta verdade e nesta vida. Esta forma  constitui-se de fé, arrependimento, confissão e conversão. O resultado desta formula é a formação da igreja e a igreja produz várias correntes cristãs que adotam a Bíblia, como único livro inspirado, como livro de regra de fé e prática. A igreja de Cristo não pode gerar uma compreensão teológica das tradições religiosas sem passar prioritariamente pelas Verdadeiras Escrituras Sagradas: A BÍBLIA.  Este documento incompreende as tradições religiosas do ponto de vista da Bíblia. Agora, quem quer ficar livre dos parâmetros bíblicos para produzir teologias diferenciadas, produzirá confusão e não compreensão; apesar de ser criativo e agradável.



BIBLIOGRAFIA


Apostila da FASTE,Metodologia Cientifica.

SHAEFFER, Francis. A Morte da Razão. São Paulo,ABU Editora S/C, 
  São Jose dos Campos, Editora Fiel. 1993.