sábado, 11 de janeiro de 2014

O Sal do Pastores em sua Consciência Pastoral – Parte III

Teólogo e Pedagogo

“Vós sois o Sal da terra; e se o Sal for insípido, com que se há de Salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.” Mateus 5:13. Baseado neste texto já mostramos que os pastores devem ter uma liderança com princípios e que é necessário ter uma acurada visão ministerial. Hoje falaremos sobre o Sal da boa consciência pastoral.

Quando os homens são chamados por Deus para um ministério, eles ficam entusiasmados, eles criam coragem, a fé se revela e não param de sonhar. Nestes com a pureza do coração, sensibilidade a voz de Deus e com amor ao seu  Deus, a consciência pastoral brilhava de fome de justiça e a honra aos seus valores, a família, a si, a Deus e ao rebanho do Senhor Jesus era tudo que sonhavam. O tempo passa e os problemas, os sofrimentos, perseguições, traições, incompreensões, as dores, as carências etc, desgastam os homens de Deus. O coração deles mudam. Eles mudam e mudam muito. Muitos acreditam que amadureceram e na verdade muitos amadureceram e outros tantos apodreceram.  

No Ministério Pastoral há muita dor. Não podemos negar que haja a parte alegre, o problema é que o Ministério por muitas vezes parece cozinhar o pastor em banho-maria. Isto mata a alma e a boa consciência. Diante disto, temos que informar que consciência danificada significa morte da vida ministerial. É claro que ele pode está com um grande ministério, mas eles sabem que não é mais o mesmo e que por dentro está morto.

A  palavra “consciência”, segundo o  Dicionário Internacional  de Teologia do Novo Testamentosyneidêsis, transliteração do grego,  passou por desenvolvimento no seu significado. Duas coisas menciono, a primeira, que o seu significado “originalmente se focaliza sobre o conhecimento na capacidade de relacionar algo consigo mesmo, especialmente quando a pessoa evoca o seu próprio passado” e em segundo lugar, no Novo Testamento esta palavra consciência é vista em Romanos 2:15,  com atributo de “discernimento e julgamento”. Neste “atribui-se à consciência o papel de despertar o conhecimento da lei que está escrito no coração”.  A consciência é um “tribunal de apelação”. Esta definição desperta a necessidade de refletirmos sobre várias áreas em que a consciência pastoral não pode morrer.  

O Sal dos Pastores em sua Consciência Pastoral

1- Consciência de si

Vivemos e esquecemos quem somos. Simplesmente perdemos a boa consciência de si. Isto acontece sem percebermos. São muitas as atividades e pouca reflexão de si. É por isso que nos distanciamos da pessoa que éramos no inicio do ministério. Será que isto realmente acontece? 

a-      Consciência dos seus valores – Temos que levar os nossos valores ao tribunal da consciência. Não podemos ser hipócritas. Não podemos prestar atenção no cisco no olho do irmão sem ter misericórdia, pois quem saiba tenhamos ciscos ou até mesmos traves nos nossos olhos. Os valores não estão a venda por favores ou benefícios. Mas, vale o prejuízo do que abrir mão dos valores. Infelizmente, muitos vendem a sua consciência por posicionamentos políticos ou por bajulação de pessoas em posição de honra.  Os pastores que são bajuladores são uma tristeza para seu povo. Quando um pastor fica bajulando um político ou uma pessoa rica, as outras pessoas se sentem menosprezadas. O pastor deve valorizar e tratar a todos iguais, isto é um valor inegociável. A sua ética tem que ser refletida. É claro que a certas coisas que depende do contexto, do ponto de vista etc. Todo posição tem o seu custo e se ele resolve inovar, maior será o preço. As questões sugeridas para refletirmos antes de uma tomada de posição são as seguintes: Se Cristo estivesse em meu lugar faria ou diria isto? Estou glorificando a Deus? Estou defendendo um bem maior? Estou sendo justo e misericordioso?  Estou sendo honesto? Estou valorizando mais as pessoas do que o dinheiro, bens materiais e o status? Etc.

b-      Consciência da sua sensibilidade e de fome da justiça

Para ser sensível tem haver empatia e misericórdia. Há muitos anos fui informado que no interior de Minas Gerais, na Escola Bíblica Dominical, um pastor preocupado com o bem estar das suas ovelhas fez uma pergunta a uma irmã, pois havia chovido muito na noite anterior. Ele perguntou: Como foi a noite da irmã em Cristo? A irmã em Cristo respondeu que o barraco que morava estava cheio de goteiras e que não conseguira dormir naquela noite. A igreja estava construindo o seu templo, mas o pastor indignado pelo sofrimento dos irmãos que não tinham moradia digna, reuniu toda a igreja e levou a proposta de parar a construção do templo e a construir casas para os irmãos da igreja que estavam precisando. A proposta foi aprovada e a e assim foram construídas várias casas as quais foram presenteadas ao irmãos necessitados. Isto se chama sensibilidade e ter fome de justiça. Sensibilidade aos necessitados e aqueles que precisam algum tipo de apoio. Tudo dentro do possível. Muitos são as áreas que precisamos ser sensíveis, outro exemplo: perdoar. Ter fome de justiça é não aceitar o injusto e fazer alguma coisa dentro do possível, pois o impossível pertence a Deus.

c-      Consciência dos seus sonhos

Os sonhos estão falecendo e muitos dos seus donos já estão com a certidão de óbito. Deus renovará os seus sonhos não desista. As pessoas da igreja também são iguais a ti, elas precisam de palavra de esperança e não serem constantemente criticadas por que não são tão presentes nos culto etc. Os sonhos precisam ser pensados e para se alcançar é preciso fé, saber aproveitar as oportunidades, ser sábios, corajosos etc.

d-     Consciência de si e a pureza

A pureza de coração nos proporciona paz no coração e comunhão com Deus. Nunca se esqueça, a pureza no coração atrai pessoas a Deus.

e-      Consciência da sua coragem

A coragem está dentro do seu coração. Parece que agente não tem, mas tem sim senhor. Ela está lá escondida no canto do coração. Quer ver a coragem aparecer?  Dê o primeiro passo... No ministério precisamos de coragem e ela está presente no Sal.

f-       Consciência da honra

Precisamos aprender a honrar a todos e cada um na sua proporção. A honra justa e não bajulação. Nunca dê honra de pastor a um diácono e a honra de um diácono a um pastor, ainda que seja auxiliar e ainda que o seu diácono seja rico. A honra injusta traz divisão no rebanho  ou já é a prova que já está dividida. Existe a honra do evangelista como evangelista, do diácono como diácono, do pastor auxiliar como pastor auxiliar, do ministro do louvou como ministro do louvor, do tesoureiro como tesoureiro etc. Quer ter paz na sua igreja? Dê a honra justa.

g-      Consciência de si na sinceridade.  Ser sincero é não ter cera para tapar os buracos  e nem mostrá-los. Ser o que se é sem disfarce é um princípio da felicidade. Conheça uma pessoa sincera, pode não ser tão agradável ou pode até ser agradável, mas com certeza você poderá confiar nela e esta pessoa será mais feliz do que imagina. Por que o pastor tem que ser uma pessoa projetada pelos outros? Por que ele não pode ser ele mesmo? Ouse ser você mesmo e ponto final.

h-      Consciência  do impacto da sua liderança na vida dos outros

Um líder, um pastor, tem um impacto incrível na vida das pessoas e o que pergunto é: Qual é o seu impacto nas pessoas? Lembre-se as suas palavra tem uma importância muito grande na vida das suas ovelhas e isto muito mais do que imaginamos.

i-        Consciência dos seus limites

O pastor tem limites físico, mental e emocional. Pastores perdem paciência e falam o que não devem falar. Quando o mesmo está esgotado é preciso descanso. Conheci um pastor que dizia o seguinte: “Eu não tiro férias porque o diabo também não tira férias”. A isto eu lamento este tipo de pensamento. O pastor precisa de descanso para renovação do seu ser. Não apenas isto, não queira assumir tudo na igreja, você não é super homem, é mortal. Distribua tarefas...

2- Consciência de Deus em sua vida

Muitos de nós entra nos rituais do ministério e se esquece do principal. Eles se esquecem do seu Deus. Temos que ter a consciência que Deus nos chamou, nos sustenta e nos protege. Ele é o dono da igreja e do ministério. Ele não te chama para uma igreja, ele te chama para o ministério. Ministério significa serviço. Você pode servi-lo em qualquer lugar, em qualquer posição e em qualquer igreja.  Os lugares e as igrejas são diferentes, devido a isto as facilidade e dificuldade são diferentes.  Confie em Deus, ore, ouça o Espirito Santos, pense e aja com sabedoria.

3- Consciência do valor da sua família

O pastor não pode se esquecer da sua família e da sua vida conjugal. Na sua casa você é esposo e pai. Na sua casa você não é pastor. A sua preocupação deve focar em ser um bom companheiro da sua esposa. O pastor, homem, precisa investir na sua vida conjugal, que entre outros pontos, a sua vida sexual. A educação dos filhos deve levar atenção. É bom que o pastor tenha o seu dia  exclusivo com sua família. Entretenimento é muito bom... Neste dia não se deve atender ovelhas, agora é a vez da família. As ovelhas devem compreender, pois se o pastor não der atenção a sua família, a igreja poderá ser prejudicada.

4- Consciência vida acadêmica

A vida acadêmica do pastor é complementar ao seu chamado. Isto é uma coisa boa. Quanto mais a pessoa estudo, há maior possibilidade de melhor servir. Isto valoriza o seu ministério. Há certos irmãos que não aceitam dar importância a vida acadêmica. Eles separam chamado de Deus com ser teólogo. Quero dizer que todos os pastores pregam, ensinam e formam o povo com conceitos teológicos. Não importa se estes conceitos estão tecnicamente organizados ou não. Eles são conceitos teológicos usados continuamente por estas pessoas que não possuem formação teológica. Eles são teólogos empíricos e não tecnicamente formados. Um pastor leigo passar conceituar salvação corretamente e isto é bom. Mas, não seria melhor que tivessem uma boa formação teológica para melhor servir. Se eu amo o meu povo porque não busco crescer em conhecimento para melhor servir?  Não há justificativa. Quem quer ser pastor deve saber que o mundo é complicado e quanto mais buscarmos, mais seremos  úteis. Vejam Pedro e Paulo, o apostolo Paulo não conviveu três anos com Jesus, mas o seu ministério teve um alcance muito superior ao de Pedro. Apostolo Paulo tinha uma formação muito superior a de Pedro.


Finalizarei a série "o Sal dos pastores" com o ponto: O Sal dos pastores na política

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