quarta-feira, 13 de março de 2013

Educando Filhos Nº 08 - Construindo amizade

Marcio Gil de Almeida
Teólogo e Pedagogo


Sexta Realidade - Construindo amizade

Para irmos além na educação dos filhos, é necessário amizade. Certo adágio popular nos diz que “melhor o amigo na praça do que dinheiro no bolso”. Este provérbio popular mostra a importância da amizade para se obter favores pessoais em várias áreas. A amizade, também, é importante para gozar um relacionamento de confiança, de reciprocidade, de facilidades e de uma relação pacífica. Ela contribui para que os relacionamentos sejam duradouros.

Não é fácil construir amizade. Trago as seguintes sugestões aos pais e aos filhos que não possuem um relacionamento íntimo:

1- Iniciativa dos pais – Os pais convivem com os seus filhos no controle remoto ou no automático. A rotina do dia a dia nos tira a percepção da necessidade de iniciativa nesta área. Quando é difícil romper as barreiras, os pais devem ser humildes e tomarem a iniciativa de criar as oportunidades.


2- Humildade – Temos que ter humildade para uma auto avaliação da atuação como pais e melhorar em tudo que for possível. Também, temos que ser humildes para saber ouvir, reconhecer erros e pedir perdão aos filhos. Humildade para confessar as nossas dificuldades e declarar o nosso amor aos filhos. Humildade para mandar nos filhos. Podemos falar, sem medo: Filho, por favor, faça isso pra mim...” Para dizer que está mandando, só em casos extremos.

3- Criar oportunidade - As oportunidades surgem e podem ser criadas. Acredito que a maioria das vezes, as oportunidades estão à nossa frente e não as percebemos, porque não estamos prestando atenção. Podemos criar as oportunidades que envolvam a família por completo e também oportunidades que só tenha o pai e o(a) filho(a), a mãe e o(a) filho(a) etc. Seria interessante várias as formas destas ocorrências. As oportunidades podem ser para uma conversa descontraída, uma orientação, para ouvir, para entretenimento etc. Certa vez chamei, apenas a minha filha, para tomar um sorvete e foi tão encantador aquele momento, que percebi ser uma oportunidade que não posso perder neste processo de construção de uma amizade com a minha filha. Temos que tomar as iniciativas e vejamos o que irá acontecer...

4- Tempo investido –
Quando queremos saber o quanto algo ou pessoas são importantes para nós, devemos observar quanto tempo é investido. Salvo exceções justas, a maioria das vezes encontramos explicações mentirosas. Pergunto, quanto tempo investe na relação com seus filhos? Não existe amizade sem investimento de tempo nesta relação. Mostre ao seu filho que ele é importante, não apenas com palavras, mas com o tempo investido nele.

5- Conversar é fundamental – Não existe amizade sem comunicação. Dois deficientes visuais podem se comunicarem e por incrível que pareça, também, os pais e os filhos podem se comunicar. A comunicação deve envolver o intelecto e as emoções. Não podemos comunicar apenas ideias, tem que ter coração. E se quisermos ser sábios, tomaremos a iniciativa nesta relação de comunicação e pediremos ajuda a Deus nas nossas intenções e atitudes.

6-Ajuda nas tarefas – Tanto as tarefas escolares como as tarefas da casa que cada um pode fazer, no caso de um adolescente, são oportunidades para construirmos amizade com os filhos. Peça a Deus para que você perceba a forma como deve atuar. Eles tem que perceberem que nos importamos com eles nas minimas coisas sem sufocá-los.

7-Confiança e liberdade – Observemos que a amizade não existe sem confiança e sem a liberdade. Devemos tomar o cuidado para não sufocar os nossos filhos. Temos que educar e confiar que eles vão acertar. E se errarem podemos ajudar a encontrar o cominho do acerto. Confiança total só em Deus, mas existe o lugar da confiança e da liberdade nesta relação com os filhos. A confiança e a liberdade são diferentes para os tipo de relações e de indivíduos, mas em todas as situações, elas são limitadas. A amizade com os filhos não pode perder a perspectiva de que o pai continua sendo pai e o filho continua sendo filho. Pais e filhos, numa relação de confiança e de liberdade, uma amizade linda e duradoura.